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Segunda Jazz comemora dois anos com recorde de público

A ideia era, no mínimo, despretensiosa. Um grupo de quatro amigos se reuniu para ensaiar temas de jazz e decidiu abrir as jam sessions ao público. Dois meses depois, em 11 de janeiro de 2010, acontecia o primeiro Segunda Jazz no Estúdio S. Na plateia, apenas dois espectadores (e amigos dos músicos) ouviam Edu Pinheiro (sax tenor), Carlos Watkins (sax barítono), Felipe Depoli (baixo acústico) e Luís Coquinho (bateria).

No entanto, quem comparece ao Estúdio S atualmente se depara com outro cenário às segundas-feiras. A casa está sempre cheia, inclusive em dias chuvosos. Em pleno 26 de dezembro, o público foi recorde: 107 pessoas no espaço pequeno e aconchegante do estúdio na Rua Quissamã. A única ocasião em que o número foi semelhante aconteceu na comemoração de um ano do evento, que atraiu 105 pessoas.

O público cresceu, e o grupo também – o Segunda Jazz somou os músicos Lelei Gracindo (sax alto), Breno Morais (sax soprano e flauta) e André Mendes (piano e escaleta) -, mas o conceito permanece o mesmo. A ideia surgiu quase que por acidente. “O Segunda Jazz acabou nascendo da nossa necessidade de tocar temas que gostávamos e coisas interessantes que ouvíamos, sem precisar limitar o repertório a um tipo de local ou público. Queríamos dar vazão à experimentação e ao improviso e democratizar a música instrumental, que sempre teve um estigma muito elitista”, explicou Felipe Depoli.

Este certamente não é o caso do público que frequenta o Segunda Jazz, de classes sociais e as idades mais variadas. O desafio foi encontrar um local que estivesse de acordo com a proposta do grupo. O Estúdio S já era conhecido pelos músicos, pois o utilizavam para ensaios. “Alguns estabelecimentos consideravam que o público acharia a música chata, e não víamos espaços para grupos grandes, que fugissem à formação de trio”, lembra o baixista.

Os ensaios abertos tinham público cada vez mais assíduo, assim como as canjas. Boa parte dos frequentadores do estúdio é composta de músicos. Com a popularidade, a partir do sexto mês o evento ganhou o formato que tem hoje: standards de jazz, MPB e música latina e brasileira no primeiro set, e o segundo recheado de canjas dos músicos que topassem o desafio.

Em um bom dia, o público ganha, além do repertório que já inclui temas de Miles Davis, John Coltrane, Charles Mingus, Thelonious Monk, Moacir Santos, Tom Jobim, Sérgio Mendes e Arturo Sandoval, canjas de guitarra, bateria, conga, baixo, gaita, saxofone e até violino.

Com o domínio das segundas-feiras, o aniversário delineia uma nova fase para o grupo. “Queremos investir em registros de vídeo e áudio, algo que as pessoas inclusive já nos cobram. Além disso, vamos continuar a Segunda Temática, destacando convidados, um compositor, estilo ou mesmo um disco, como foi o caso de ‘Kind of Blue’, do Miles Davis, o primeiro dessa programação especial, ano passado”, revelou Depoli. Certamente, não faltam motivos para comemorar.

Aniversário em grande estilo

A festa de dois anos do Segunda Jazz acontece no dia 09, a partir das 20h30, com formato especial. O primeiro set será temático, com participação da banda Habanera. O repertório será dedicado exclusivamente ao latin jazz, mistura de ritmos latinos com improvisação e arranjos característicos do gênero.

Após o intervalo, os músicos voltarão a receber os amigos para as mais variadas canjas e participações especiais.

Serviço

Segunda Jazz
Data: 09/01
Horário: 20h30
Couvert artístico: R$5
Estúdio S de Música
Rua Quissamã, 120 – Curva do S
Reservas: (24) 2231-2730

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