Quando a comédia Todo Mundo em Pânico nasceu em 2000, o filme de terror adolescente Pânico (1996) já virava uma série de sucesso. A parábola cômica se tornava, então, uma espécie de revista dos filmes de sucesso dos anos anteriores, debochando, brincando, reposicionando, como também, se aproveitando daqueles filmes bem sucedidos para compor um divertido filme de férias. Todo Mundo em Pânico 5 (2013), de Malcolm D. Lee, busca desesperadamente manter essa fórmula.
O filme começa com um divertido prólogo de Charlie Sheen com Lindsay Lohan. Ele querendo filmar uma transa com uma quantidade imensa de câmeras e ela comentando sobre todas as suas polêmicas de prisão por problemas com a polícia e a justiça. Depois, o filme se desenrola baseado em Jody (Ashley Tisdale) e Dan (Simon Rex) que encontram três crianças numa cabana na floresta e, para ter a guarda delas, precisam se adaptar e criar um laço afetivo com as pequeninas.
Em Todo Mundo em Pânico 5 deu para encontrar paródias de alguns filmes, como a do thriller Mama. Paralelamente, se usou também a estética da sequência Atividade Paranormal, com pequenos momentos de Os Escolhidos, Cisne Negro e A Origem. Como parece que os filmes de terror não tem feito muito sucesso de bilheteria e público ultimamente, o jeito foi apelar para filmes mais antigos e de gêneros diferentes.
A galhofa, o humor fácil, físico, de gente que se bate e apanha sem querer o tempo todo é a tônica do filme que consegue tirar risadas surpreendentes mesmo com aquilo que já sabemos que é óbvio que vai acontecer. Embora tenha todos os vícios do mundo, todos os problemas do cinema mais raso e rasteiro que existe, Todo Mundo em Pânico 5 é simplesmente feito pra ser breve. Como toda comédia de revista, apropria-se de estéticas e se utiliza de todo os tipos de apelo para diversão de férias, sem pretensões e sem qualquer responsabilidade com absolutamente nada. Apesar de ruim, isso eu posso louvar. Prefiro um filme assumidamente idiota a qualquer presunção cinematográfica de egos hipertrofiados de diretores renomados.
Todo mundo sabe que Todo Mundo em Pânico 5 não vai durar e em breve, ninguém mais vai saber, falar ou lembrar. De qualquer forma, não é porque se trata de um filme que vai sumir do mundo, que não devamos escrever sobre. De repente, quem sabe, daqui a 200 anos acham esse texto perdido, como hieróglifo, e queiram tentar entender o que foi essa estúpida série que os adolescentes viam enquanto comiam pipoca e tentavam arrumar um namoro lá pra julho, julho de todos os anos.
O filme permanece em cartaz até a próxima quinta-feira (11), no Top Cine Hipershopping ABC, com sessão às 20h50.
Luiz Antonio Ribeiro é dramaturgo, letrista, crítico, poeta e flamenguista. É bacharel em Teoria do Teatro pela UNIRIO, onde atualmente é graduando do curso de Letras/Literaturas. É adepto da leitura, pesquisa, cinema, cerveja e ócio criativo. Desde 2011 é membro do grupo Teatro Voador Não Identificado. Facebook: http://www.facebook.com/ziul.ribeiro
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