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Dor orofacial: problema mais complexo que uma simples dor de dente

Estimativas apontam que de 9% a 13% da população mundial se queixa de dores faciais associadas a disfunções temporomandibulares (DTM), porém apenas de 4% a 7% procuram tratamento. Os sinais dessas desordens, que acometem a articulação temporomandibular (ATM), os músculos mastigatórios e tecidos associados, são mais comuns em adultos jovens, do sexo feminino, com pico entre 20 e 40 anos de idade. Para estimular um maior esclarecimento sobre o tema, o período de outubro de 2013 a outubro de 2014 foi instituído como o Ano Mundial contra a Dor Orofacial pela Associação Internacional para Estudo da Dor (IASP, em inglês).

“Denominamos dor orofacial toda dor percebida no rosto e/ou cavidade oral. Sua complexidade é agravada pela proximidade com inúmeras estruturas anatômicas, incluindo os olhos, nariz, dentes, língua, seios da face, orelhas, músculos da mastigação e ATM”, explica o coordenador do curso de Pós- Graduação em DTM e Dor Orofacial da Faculdade de Medicina de Petrópolis/Fase, Ricardo de Souza Tesch.

A causa das dores orofaciais pode ser uma dor de dentes aguda, ocasionada por um trauma ou infecção, ou de origem não dentária, que, segundo o professor da FMP/Fase, é frequentemente crônica e persistente, multifatorial e complexa, angustiante e incapacitante.

“A dor orofacial é causada por doenças ou distúrbios nas regiões oral ou facial, por disfunções do sistema nervoso ou referida a partir de locais distantes”, esclarece o professor. Os principais sintomas são a dor e a incapacidade funcional e psicossocial. O dentista é o especialista responsável pelo diagnóstico e, em grande parte dos casos, o paciente precisa passar por um tratamento multidisciplinar.

Formas de tratamento e prevenção

De acordo com o Prof. Ricardo Tesch, a preponderância dessas desordens no sexo feminino faz com que cerca de quatro mulheres procurem tratamento para cada homem. Alguns casos agudos podem esperar solução definitiva, porém o tratamento da maior parte dos casos crônicos tem como principal objetivo o controle da dor e incapacidade funcional.

“O tratamento envolve, além de dispositivos intraorais, terapias farmacológicas e fisioterápicas conservadoras e não invasivas. Em alguns casos específicos, pode exigir intervenções minimamente invasivas, como infiltrações ou mesmo procedimentos cirúrgicos mais complexos”, afirma o professor Ricardo Tesch, que também é sócio-fundador da Sociedade Brasileira de Dor Orofacial.

O controle de fatores emocionais, comportamentais e físicos, incluindo hábitos parafuncionais como o apertamento dentário durante o dia e o bruxismo do sono, é a forma mais promissora de prevenção das desordens temporomandibulares.

 Ano Mundial contra a Dor Orofacial

Durante toda a campanha do Ano Mundial contra a Dor Orofacial, que começou em outubro de 2013 e vai até o mesmo mês de 2014, os membros da Associação Internacional para Estudo da Dor (IASP) e seus Capítulos Internacionais organizarão reuniões, simpósios, eventos de educação para pacientes, publicações e outros esforços para explorar diferentes aspectos da dor orofacial. A IASP introduziu o Ano Mundial Contra a Dor em 2004.

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