De acordo com a Coordenadoria de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos sete anos, foram registrados quase 16 mil acidentes de trânsito em Petrópolis, o que dá uma média de 190,4 ao mês. A situação é tão grave que já é tratada como epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por esta razão, no próximo sábado (09) acontece a ação do Movimento Maio Amarelo, na Praça Dom Pedro.
Na ocasião haverá distribuição do símbolo da campanha – o laço amarelo – panfletos, adesivos, exposição de fotos e vídeos, depoimentos e demonstração de primeiros socorros. A intenção é colocar em pauta o tema da violência no trânsito e mobilizar a sociedade civil, bem como o governo, empresas e associações para a discussão do tema, em busca de propagar um trânsito mais seguro nas mais diferentes esferas. O movimento é uma iniciativa da sociedade civil e da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, presidida pelo deputado federal Hugo Leal (PROS-RJ), que estará presente no local.
Segundo Mônica Gagliardi, somente nesta semana, aconteceram seis acidentes na Estrada Ayrton Senna, na saída da cidade (Quitandinha). “As pessoas chegam da estrada, andando na mesma velocidade e todos os dias tem ocorrido acidentes por aqui. Esse da foto, aconteceu nesta última quinta-feira (8). O rapaz foi lançado por cima do carro por uns 15 metros. Já vi três mortes e vários acidentes sérios na rua”, conta.
Mais informações sobre o evento podem ser obtidas aqui.
O amarelo está relacionado com a cor da atenção, no trânsito. Acompanhando o sucesso de outros movimentos, como o Outubro Rosa e Novembro Azul, os quais, respectivamente, tratam dos temas câncer de mama e próstata, o Maio Amarelo é um movimento internacional, que esta acontecendo em todo país durante todo o mês de maio. No Rio de Janeiro, o Cristo Redentor também será iluminado com a cor amarela.
Em Petrópolis, quase metade das vítimas de acidentes de trânsito são motociclistas
No município, o que chama atenção são os acidentes envolvendo motociclistas, que representam quase metade dos 16 mil acidentes, com 7.123 ocorrências no período de sete anos. Em segundo lugar ficam os acidentes com automóveis com 4.255, seguido de ciclistas, pedestres, ônibus e caminhões, e outros, com 1.983, 1.803, 722 e 59, respectivamente.
Veja ano a ano o número de acidentes de trânsito em Petrópolis:
Tipo de Acidente | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013* |
Motociclista | 822 | 1065 | 1139 | 1080 | 1092 | 1078 | 847 |
Automóvel | 558 | 406 | 400 | 355 | 477 | 1421 | 338 |
Ciclista | 345 | 392 | 325 | 263 | 199 | 278 | 181 |
Pedestre | 282 | 284 | 285 | 233 | 261 | 252 | 206 |
Ônibus/Caminhão | 82 | 177 | 78 | 69 | 94 | 186 | 93 |
Outros | 18 | 4 | 3 | 4 | 2 | 2 | 26 |
Total | 2.107 | 2.268 | 2.230 | 2.004 | 2.128 | 3.217 | 1.991 |
*até setembro
Brasil é o quinto país recordista em mortes no trânsito
O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito (cerca de 50 mil mortes por ano), precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito no planeta.
Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 (passando para a quinta maior causa) e 2,4 milhões, em 2030. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos. A intenção da com a Década de Ação para a Segurança no Trânsito é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020.