Há dois anos, a Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos (APPO) iniciou suas atividades através do telemarketing ativo, onde os operadores Claudia Jochem, Sonia Meira, Paula Miranda e Joabe Souza de Jesus, ligam para os possíveis doadores, explicam o trabalho da APPO e caso a pessoa possa doar, é agendada a data em que será retirada a doação por um dos motoboys que atuam na associação, Wiliam Raposo ou Cleitom Gonçalves. Porém, desde então, o Grupo de Apoio ao Paciente com Câncer (GAPC) passou a confundir quem deseja contribuir para a ajuda de pacientes oncológicos em Petrópolis.
O GAPC chegou a montar uma filial na Rua Dom Pedro e Ana Cristina Coelho Mattos, presidente da APPO, lembra que na época foi procurada pela assistente social da instituição, que ofereceu ajuda aos pacientes assistidos pela APPO, mas o GAPC foi embora da cidade e o apoio nunca foi concretizado. Ana Cristina reclama a forma como o Grupo de Apoio atua na cidade, vem prejudicando o trabalho realizado pela APPO. “Eles abordam as pessoas, dizendo que irão ajudar aos pacientes da nossa cidade. Dessa forma as pessoas julgam estar ajudando os pacientes que são atendidos pelo CTO – Centro de terapia Oncológica, quando na verdade essa ajuda vai para pacientes de outras cidades”, afirma.
O problema da confusão entre as atividades da APPO e do GAPC foi descoberto através da reclamação de algumas pessoas, que quando recebem o telefonema da APPO, alegam já estarem ajudando os pacientes de Petrópolis e se sentem lesadas quando descobrem estar contribuindo financeiramente para outro órgão, que no estado do Rio de Janeiro, atua apenas nas cidades de Volta Redonda e Resende.
Até o momento, a APPO não tem conhecimento de nenhum paciente de Petrópolis que esteja recebendo qualquer tipo de ajuda ou auxilio do GAPC. Além disso, as doações feitas a eles nunca chegaram a nenhum paciente cadastrado na APPO, que conta atualmente com quase três mil pessoas cadastradas, sejam elas pacientes com câncer ou os responsáveis pela retirada de doações ou empréstimos.
“De alguma forma, quando o GAPC liga para um morador de Petrópolis solicitando ajuda para os pacientes oncológicos, as pessoas sempre confundem e acabam doando pensando estar ajudando a APPO. Divulgar que o GAPC e a APPO são duas instituições distintas é uma solicitação de muitas pessoas que nos ligaram e estão nos cobrando uma posição, ou que a gente esclareça diante da imprensa que o GAPC não é a APPO”, explica a presidente.
Em ligação feita ao serviço de telemarketing do GAPC, uma assistente social de Volta Redonda informou que 1.910 pacientes com câncer de Petrópolis são assistidos pelo grupo, mas alegou que a Casa de Apoio não faz parte do projeto deles. Ela afirmou ainda que eles já entraram em contato com a Secretaria de Saúde para trazer uma unidade móvel com serviços voltados para a conscientização da doença para a cidade. Em outra ligação, atendida pelo telemarketing da cidade de Resende, a assistente afirmou que em Petrópolis só existiria um “albergue de apoio” para os pacientes.
A Assessoria de Comunicação da prefeitura informou que em 2013 chegou a se reunir com integrantes do GAPC, mas que nenhum tipo de parceria ficou firmada. A entidade ofereceu um ônibus para realizar campanhas de prevenção e detecção precoce do câncer, mas a cidade teria que arcar com a contratação de profissionais para atuarem nas campanhas, o que não seria viável, já que esse é um trabalho realizado de forma eficaz pela Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos.
Para finalizar a presidente da APPO – Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos, Ana Cristina Coelho Mattos, enfatiza que de forma alguma o intuito da APPO é o denegrir a imagem do GAPC. “Nosso intuito em divulgar que o GAPC e a APPO são instituições distintas e que não temos o conhecimento de pacientes atendidos pelo GAPC em Petrópolis, é unicamente movido pelo respeito que temos a toda a sociedade petropolitana que tanto apoia a causa do paciente com câncer. A Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos se sente no dever de prestar esse esclarecimento e conta com o apoio de todos para a disseminação dessas informações”.
Mais informações sobre a APPO e a Casa de Apoio podem ser obtidas através do telefone (24) 2242-0956, do site www.appo.org.br, pelo e-mail appo@appo.org.br, ou na sede da APPO localizada nas dependências da Casa de Apoio, na Rua Visconde da Penha, nº 72- Centro.