Saúde

Câncer de pele: saiba como se proteger e aproveitar ao máximo o verão

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de pele é o mais frequente e corresponde a cerca de 25% de todos os tumores diagnosticados no país. A radiação ultravioleta natural, proveniente do sol, é o maior fator etiológico. E como se sabe, em 21 de dezembro, começou uma das estações mais esperadas do ano, o verão. Período em que coincide com as férias de muita gente, e por isso, alguns dos destinos mais procurados para as viagens são as praias, mas é preciso aproveitar o sol com responsabilidade. O excesso somado a falta de proteção são fatores que auxiliam no desenvolvimento do câncer de pele. Em Petrópolis, diferente do que muitos pensam, por ser uma cidade de clima ameno, a proteção tem que estar em dia. O município, localizado em grandes altitudes, propicia maior proximidade ao sol.

Os cânceres de peles mais comuns são os não melanomas, eles aparecem como uma ferida que não cicatriza em regiões de grande exposição solar, como no nariz, nas bochechas, nas orelhas e nos ombros, por exemplo. De acordo com o médico oncologista do CTO – Centro de Terapia Oncológica de Petrópolis, Júlio Vieira de Melo, é preciso se atentar para esses sintomas, principalmente se as feridas permanecerem por muito tempo. “São lesões descamativas, que sangram e que ficam sem cicatrizar por um ou dois meses. Essas lesões podem caracterizar o câncer de pele”, afirma.

Contudo, existem também os casos de melanoma, que são lesões mais escuras na pela, como se fosse uma pinta, mas que segundo o especialista, não é uma pinta acastanhada, como as vistas normalmente, essa lesão tende a ser em tom azulado, ou preto bem escuro. “Os melanomas têm algumas características como a assimetria, um lado é diferente do outro, bordas elevadas, cores diferentes na mesma lesão e o diâmetro é maior do que seis milímetros. Essa é uma mancha que precisa de atenção”, salienta.

Caso haja suspeita do desenvolvimento de um câncer de pele, o primeiro passo é procurar o dermatologista, profissional especializado que vai conseguir verificar através de exames práticos, se a lesão se trata realmente de um câncer. De acordo com Júlio, a verificação é feita através de uma lente de aumento, que possibilita a identificação da região lesionada. Ainda assim, todo o processo inicial é feito com o dermatologista, que após o exame e a verificação da lesão, vai determinar se a lesão segue para uma biópsia ou acompanhamento clinico.

A maioria dos casos de câncer de pele é tratada diretamente pelo dermatologista, se a lesão for maligna, o paciente é encaminhado ao oncologista, que juntos vão definir a melhor abordagem para o tratamento que pode ser a operação. Nos casos de câncer não melanoma, que representa cerca de 99% dos casos, dificilmente a lesão avança para um comprometimento sistêmico, que é a metástase.

No entanto, nos casos de melanoma é preciso fazer a biópsia, quando é retirado um pedaço da lesão, e levado para análise, mas o médico afirma que tudo vai depender do tamanho e estágio do melanoma: “Se a lesão for muito pequena, o ideal é realizar a retirada do câncer sem a necessidade da biópsia, mas se ocorrer na pálpebra, por exemplo, se não for maligno, talvez seja melhor nem operar, por causa das sequelas. Mas todos os casos têm que ser cuidadosamente avaliados”. Porém, se os melanomas estiverem em estágio avançado, o tratamento é equivalente ao de um câncer de mama, por exemplo, com procedimentos de quimioterapia e até drogas mais fortes para combater a doença.

“Atualmente espera-se 98.420 casos novos de não melanomas em homens e 83.710 nas mulheres, basicamente na região sul e sudeste, para o ano de 2015. Já a estimativa referente a casos de melanoma chega a 2.960 novos casos de câncer de pele para homens e 2.980 para mulheres”, pontua o especialista.

Entretanto, todo esse desconforto pode ser evitado. A exposição solar é o principal fator para o desenvolvimento do câncer de pele, é preciso se proteger, principalmente diante da constante elevação de temperatura.

Além disso, segundo o INCA, grandes altitudes requerem cuidados extras. A cada 300 metros de altitude, aproximadamente, aumenta em 4% a intensidade da vermelhidão produzida na pele pela luz ultravioleta. A neve, a areia branca e as superfícies pintadas de branco são refletoras dos raios solares. Portanto, nessas condições, os cuidados devem ser redobrados. Por isso, é essencial a utilização do protetor solar com fator acima de 30 para pele morena e bloqueador, com fator de proteção acima de 60, para peles brancas. O uso deve ser contínuo, em dias quentes, frios, claros ou nublados. Se a exposição for frequente o protetor deve se tornar seu melhor amigo, e se aplicado com frequência, a cada duas horas.

Mas engana-se quem pensa que o protetor deve ser usado só na rua, quem passa longo período em ambientes iluminados com luzes incandescentes também deve se proteger. Segundo o médico oncologista do CTO, essa luz emite radiação ultravioleta, o que pode causar o câncer. Além disso, a radiação ultravioleta não escolhe cor de pele, negros e brancos devem se proteger dos raios solares.

 

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