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Ato das “mulheres belas, recatadas e do lar” acontece neste sábado na Praça Dom Pedro

Neste sábado (23), às 16h, a Praça Dom Pedro recebe o ato das “mulheres belas, recatadas e do lar”, que tem o objetivo de lutar contra o machismo e o conservadorismo. Organizada por Gabriela Arruda, do coletivo Kizomba, e Iara Rocha, do Ponto de Cultura Língua de Trapo, a ação contará com uma variada programação artística e cultural, tais como varal de poesias, música, debates e oficina de cartazes, entre outras atividades.

O evento convoca as mulheres petropolitanas a serem livres e estarem onde quiserem. “Somos livres e somos o que quisermos ser. Vamos às ruas novamente para garantir o direito de sermos e estarmos aonde quisermos! Vamos nos unir contra o machismo e conservadorismo“, informa a página do evento no Facebook.

O nome do ato se refere ao título de uma reportagem da revista Veja sobre a esposa do vice-presidente Michel Temer, Marcela Temer. O conteúdo da matéria foi interpretado por muitos como uma celebração da “mulher-bibelô” — dócil, submissa e sem ambições profissionais, gerando uma avalanche de protestos e memes na internet, mobilizando movimentos feministas Brasil afora.

Veja a opinião de algumas personalidades:

“O protesto #belarecatadaedolar não é contra mulheres que tomam a opção de viver uma vida tradicional, é contra a ideia de que apenas esse tipo de mulher tem valor.” – Nana Queiroz, jornalista e criadora do movimento Eu Não Mereço Ser Estuprada

“Essa manchete parou no século 19, então nada mais natural e positivo do que as mulheres mostrarem para a revista (e para a sociedade) que estamos no século 21 e que o valor da mulher não pode estar associado ao recato, ao âmbito privado e a uma moral muito antiga. No dia a dia, percebemos, sim, que há um forte resquício desse pensamento. Ele se manifesta quando somos culpabilizadas por assédios e estupros, quando somos silenciadas em diversas situações. Mas se tem uma coisa que o movimento mostrou foi que nós não vamos aceitar mais sermos julgadas com base nisso e que as mulheres são (ou devem ser) tão livres quanto os homens.” – Nana Soares, jornalista e cocriadora da campanha contra o abuso sexual no metrô de São Paulo

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