Cinema

Exibição de “Um estranho no ninho” marca 29 anos da Luta Antimanicomial

Em comemoração aos 29 anos da Luta Antimanicomial, nesta terça-feira (31) será realizada uma roda de conversa comemorativa, intitulada “Jack Nicholson: Loucura e Liberdade em Um Estranho no Ninho”, onde será exibido o filme, seguido de um bate-papo. A atividade acontece às 18h, no Cine Humberto Mauro, no Centro de Cultura Raul de Leoni.

“A exibição do filme pretende comemorar em Petrópolis, os 29 anos da Luta Antimanicomial – movimento de insistência e existência que marca a história brasileira com a força da união entre pensamento, desejo, discurso e ação. Visamos transformar a realidade dos hospitais psiquiátricos e hospícios do Brasil, além de revolucionar os tratamentos da pessoa com transtorno mental e, principalmente, revolucionar nosso modo de encarar a loucura – a nossa e a do outro! Pelo fim dos ditos hospitais que se assemelhavam mais a campos de concentração nazista, do que um lugar de cuidado. Pelo fim da opressão e maus tratos vindo dos ‘jalecos brancos’. Pelo fim do manicômio mental que ocupa nossa cabeça, que combate e aprisiona a loucura”, explica a psicóloga Débora  Müller.

Na história, Randle Patrick McMurphy (Jack Nicholson), um prisioneiro, simula estar insano para não trabalhar e vai para uma instituição para doentes mentais, onde estimula os internos a se revoltarem contra as rígidas normas impostas pela enfermeira-chefe Ratched, mas ele não tem ideia do preço que irá pagar por desafiar uma clínica “especializada”.

O intuito do evento é possibilitar uma conversa sobre o personagem McMurphy e sua experiência de estar num predatório hospital psiquiátrico, dirigido por uma cruel enfermeira (Louise Fletcher). O encontro destes dois traz a tona o embate mortífero entre o desejo de viver e o poder de matar. O filme conta com diversas curiosidades sobre o poder e o funcionamento dos hospitais psiquiátricos. Supõe-se que o ator Jack Nicholson tenha se internado num hospital psiquiátrico para ser atravessado pela experiência de alienação.

Ganhador de mais de 20 prêmios nacionais e internacionais, o filme conta a história de um malandro preso pela polícia, que se passa por louco para fugir dos trabalhos forçados da prisão. Ele acaba por ingressar num manicômio e encontrar uma força mais aniquiladora. “Mesmo internado, vigiado e punido por seus desvios, o herói desordeiro busca sempre conexões com o fora e nos inspira a pular as grades do nosso manicômio mental”, conclui Débora.

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