Nesta terça-feira (24), a Casa de Cláudio de Souza recebe o lançamento do livro “Rita de Lourdes”, de Gabrielle Siqueira, uma escritora de 18 anos, que faz sua estreia na literatura e sobe a serra para compartilhar o primeiro trabalho, em gratidão às experiências que teve ao longo dos últimos anos, no Ensino Médio Integrado em Produção Audiovisual, no Colégio Dom Pedro II.
Superação de desafios e conquista de sonhos fazem parte do enredo, que relata a trajetória de uma menina pobre, negra e sonhadora. A jovem produziu a obra no ano passado e a publicou em 2017, após completar 18 anos. Sua trajetória de criação de narrativas teve início na infância, apenas com a voz. Logo depois, quando aprendeu a ler e a escrever, registrou seus personagens em folhas e cadernos. No Colégio Dom Pedro II, com o ensino voltado à Comunicação, Gabrielle obteve instruções e pode aprimorar suas vivências, o que a auxiliou muito no processo de publicação.
“Escrever é uma forma de escape e, também, de divulgação dos meus sentimentos. Esse livro em específico é muito importante porque trata de assuntos que lidamos todos os dias. Quem nunca se sentiu incapaz de conquistar algo por ser pobre? Qual mulher nunca sentiu medo ao sair sozinha à noite? Por outro lado, a obra mostra nosso potencial para conquistar nossos objetivos. Não podemos acreditar que não somos capazes de realizar algo simplesmente por nosso gênero ou classe social. Espero que outras pessoas se encontrem nessa história. Em algum aspecto, somos Rita”, conta a escritora.Ela é negra. Pobre. Não tem pai. Não tem mãe. Tem três irmãos. Nas horas vagas ela é sonhadora, mas toda noite é prostituta. “Rita de Lourdes” traz a trajetória de uma garota de 13 anos que vive na rua, prostituição e fome. Para muitos, ela é uma menininha perdida. Para outros, é uma mulher que representa os 6,13% da população negra que se forma no Ensino Superior. A força de vontade de quem foi criado pela rua pode ser maior do que você imagina.
