O surto de conjuntivite já atingiu 2.174 pessoas neste ano e apenas na última segunda-feira (5) foram atendidos 232 pacientes com a inflamação na UPA Cascatinha e 196 na unidade do Centro. O número representa 40% de todo o atendimento de cada unidade atingindo recorde para o período. A fim de desafogar as unidades de urgência, a Secretaria de Saúde está direcionando os atendimentos das pessoas com a doença para as unidades e postos de saúde do município.
O novo fluxo começará a ser aplicado já nesta quarta-feira (7) nas Unidades Básicas de Saúde e postos com Estratégia de Saúde da Família, por ser de fácil transmissão, a prefeitura faz um alerta para que nos sintomas iniciais – coceira e ardência nos olhos, a pessoa busque imediatamente uma das unidades de Saúde.
O secretário de Saúde, Silmar Fortes reforça que uma vez diagnosticada com a doença, o paciente precisa manter os itens pessoais e de higiene separado dos demais entes familiares.
“É muito comum ter a contaminação de famílias inteiras com conjuntivite, pois é uma doença transmitida pelo contato. Então é importante que as pessoas não compartilhem toalhas, fronhas e objetos de uso pessoal e busquem atendimento médico logo no início dos sintomas. Quanto mais rápido for iniciado o tratamento mais cedo a pessoa estará curada”, afirma Silmar Fortes.
O superintendente Hospitalar de Urgência e Emergência, Claudio Morgado explica as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estabeleceram atendimento prioritário para pacientes com conjuntivite no dia 27 de fevereiro. Porém, a busca pelas unidades de urgência ultrapassou todos os números médios de atendimento. Na UPA Centro foram atendidas 629 pessoas apenas na segunda-feira (5) e na unidade de Cascatinha 460 – 40% destes atendimentos eram de conjuntivite.
“Adotamos um protocolo especial em que ao chegar as unidades, o paciente passa pela triagem e é encaminhado para uma ala prioritária com consultório destinado a receber pacientes com a inflamação. Porém o número de pessoas com conjuntivite está muito alto o que está gerando reclamações dos outros pacientes e atraso nos outros atendimentos. Então buscamos apoio junto à atenção básica já que a doença é de fácil diagnóstico”, afirma Cláudio Morgado.
A inflamação atinge a membrana que recobre os olhos (conjuntiva) e causa um quadro de grande incômodo para os pacientes e exige tratamento imediato. Nos quadros leves é utilizado apenas um colírio com tratamento de até três dias, casos mais graves podem ser necessários o uso de anti-inflamatório, colírio e maior tempo de tratamento.
A médica da UPA Cascatinha Néli Barbosa Martins reforça que é importante as pessoas estarem sempre atentas aos sintomas iniciais que são os olhos vermelhos, secreção, lacrimejamento, pálpebras inchadas e sensação de areia nos olhos. Geralmente a conjuntivite acomete ambos os olhos e os sintomas podem perdurar por até duas semanas.
“Quando as pessoas chegam aqui como popularmente se fala, com os olhos grudados, a infecção já agravou. Então utilizamos medicamento intravenoso para que a pessoa possa abrir os olhos e aí sim poder fazer o uso dos colírios. É uma doença de rápido contágio então sempre alertamos a buscar atendimento quando os sintomas ainda são iniciais”, reforça.
É difícil prevenir as conjuntivites, mas algumas medidas podem diminuir o risco de você adquirir uma conjuntivite, que são:
- Não use maquiagem de outras pessoas (e nem empreste as suas).
- Evite compartilhar toalhas de rosto.
- Lave as mãos com frequência e não as coloque nos olhos sem higienização.
- Use óculos de mergulho para nadar, ou óculos de proteção se você trabalha com produtos químicos.
- Não use medicamentos (pomadas, colírios) sem prescrição (ou que foram indicados para outra pessoa).
- Evite nadar em piscinas sem cloro ou em lagos.