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Dossiê Mulher 2018 aponta que número de denúncias contra abuso em Petrópolis cresceu 15% no último ano

Petrópolis teve um aumento de 15% no número de mulheres que denunciaram os abusos sofridos em 2017. Os dados correspondem às queixas nas delegacias da cidade e foram apresentados na última semana, durante o lançamento do Dossiê Mulher. Essa informação evidencia a importância de canais de atendimento e assistência à mulher em situação de violência, além da desmistificação do assunto e conscientização da população. Para isso, o município conta com o Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram), que presta assistência jurídica, social e psicológica à vítima, para onde são encaminhadas após a denúncia na delegacia.

O documento traz, ainda, o perfil das vítimas: em Petrópolis, mais da metade das mulheres que prestaram queixa na delegacia têm entre 30 e 59 anos, e 56,3% das denúncias tratavam de agressão verbal. Os dados também explicam que em mais da metade dos casos a Lei Maria da Pena (11.340/05) foi aplicada. No estado, o dossiê evidencia, ainda, que em média uma mulher foi vítima de feminicídio por dia ao longo de 2017.

A coordenadora do Centro de Referência em Atendimento à Mulher, Cléo de Marco, destaca que o município conta com dois canais voltados à mulher: o próprio Cram, subordinado ao Gabinete da Cidadania, e o Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam), ligados às delegacias da cidade. “Nosso trabalho é mostrar à mulher que ela não está sozinha, que sua voz está sendo ouvida. O aumento nos casos mostra que a vítima está se sentindo mais forte, mais confiante em buscar ajuda, e isso é o melhor feedback que poderíamos receber. Como é um assunto muito complicado, buscamos, junto à justiça e aos órgãos responsáveis, medidas protetivas que garantam a segurança da mulher após a denúncia, o que é de extrema importância”, destaca.

No último ano, o Cram atendeu 454 mulheres, prestando serviço social, jurídico e psicológico à vítima, além da realização de campanhas de divulgação do trabalho e desmistificação do assunto. O órgão trabalha em consonância com as delegacias locais, que encaminham casos em que a Lei Maria da Penha foi aplicada para que o Cram realize a assistência. O atendimento depende do consentimento da vítima e é realizado em total sigilo.

“Lutamos principalmente para que os agressores não fiquem impunes e para que a mulher não desista da denúncia, fato que acontece muito. Devemos também mostrar que violência não é necessariamente física, mas também verbal, moral, patrimonial ou sexual. Mais mulheres tendo coragem de dar um basta nas relações abusivas nos mostram que estamos no caminho certo na assistência à petropolitana”, frisa Anna Maria Rattes, coordenadora do Gabinete da Cidadania e presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher (Comdim).

O Cram possui uma linha de emergência 24 horas, que pode ser utilizada via WhatsApp, chamada de voz ou mensagem de texto. O número é (24) 98839-7387. Para denunciar ou solicitar informações, pode-se ligar para o telefone 2243-6152 ou comparecer à sede do Cram, localizada na Rua Santos Dumont, número 100, no Centro. O funcionamento é de segunda a sexta, de 8h às 17h. Caso se sinta violentada de alguma forma, a mulher pode contatar a Polícia Militar pelos números 2291-5071, 2242-8005 ou 180, além de poder contatar via WhatsApp a emergência da Polícia Militar, pelo número (24) 99222-1489.

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