Com a grande quantidade de informações que recebemos todos os dias, muitas pessoas acabam tendo dificuldades em reconhecer uma notícia falsa e acabam passando-a adiante, pois se sentem no dever de “alertar” as outras pessoas sobre aquilo que elas acabaram de saber. Contudo, essas falsas informações (fake news) só atrapalham e confunde quem as recebe. Muitas acabam minimizando a gravidade da pandemia, prometem curas e vacinas que não têm qualquer embasamento científico, invalidam a eficácia das recomendações dos órgãos de saúde ou até mesmo revivem notícias antigas como sendo atuais.
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Em caso de dúvida sobre o conteúdo recebido, o público pode ligar para o Ministério da Saúde pelo telefone 136 ou acessar os sites da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, do Ministério da Saúde, ou enviar mensagens para as redes sociais da SMS para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando.
Para evitar que as pessoas sejam enganadas por esse tipo de conteúdo, selecionamos abaixo algumas fake news que vem sendo compartilhadas nas redes sociais e que já foram desmentidas pelo Ministério da Saúde e agências de checagem de informação:
Máscaras importadas da China estão infectadas com o novo coronavírus?
Segundo a agência Aos Fatos, a mensagem que circula nas redes sociais orienta a população a não usar máscaras cirúrgicas distribuídas pelas prefeituras, porque foram importadas da China pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e estariam contaminadas pelo novo coronavírus. O Ministério da Saúde nega que o material adquirido esteja contaminado, e as evidências até agora apontam que o vírus não sobrevive por muito tempo em superfícies.
Máscaras sem qualidade distribuídas pelo Ministério da Saúde?
O Ministério da Saúde diz que “preza pela segurança dos profissionais de saúde. Por isso, as máscaras cirúrgicas distribuídas aos estados têm três camadas e filtragem mínima de partículas de 95%. Todas as compras do Ministério da Saúde relativas ao coronavírus (Covid-19) são feitas através de Diário Oficial, não havendo outra forma de recepção de proposta diversa desta. Além disso, os produtos possuem uma documentação técnica que é avaliada e atestada pela área demandante do produto. Portanto, a máscara apresentada no vídeo que circula nas redes sociais não foi distribuída pelo Ministério da Saúde”.
A OMS disse que notas de dinheiro carregam o coronavírus?
De acordo com uma cartilha disponibilizada pelo Governo do RJ, a Organização Mundial da Saúde não disse que notas de dinheiro transmitem coronavírus, nem emitiu avisos ou declarações sobre isso. A OMS recomenda que as pessoas lavem as mãos regularmente com água e sabão ou higienizador à base de álcool, para matar vírus que possam estar nas mãos.
Software das UPAs obrigam registro de coronavírus?
Nas redes sociais, circulava o seguinte texto: “Enfermeiras de UPAs denunciam que novo software do SUS para registrar se pacientes tem sintomas de Covid-19 não aceita registrar o NÃO, apenas o SIM. Até pacientes com queimaduras são registrados como Covid-19. Com a chegada do frio, querem disparar o número de mortes“.
De acordo com o Ministério da Saúde, todas as orientações do órgão sobre óbitos relacionados à Covid-19 estão disponíveis na publicação “Manejo de corpos no contexto da Covid-19”. Segundo a publicação, o atestado de óbito é fornecido pelo cartório, a partir da declaração de óbito fornecida pelo médico que assistiu o paciente.
Usar máscaras de proteção provoca hipóxia?
Um texto vem circulando nas redes sociais que diz que “Respirar repetidamente o ar expirado se transforma em dióxido de carbono, e é por isso que nos sentimos tontos […] É contraproducente para as pessoas que servem o público por 8 horas, pois estão se intoxicando sem saber” foi desmentido por médicos e agências de checagem de notícias.
De acordo com a agência Lupa, o uso prolongado de máscara não causa hipóxia, insuficiência de oxigênio no sangue que impede que o corpo humano funcione adequadamente. Para que isso acontecesse, a entrada de ar no interior da máscara teria que estar completamente vedada, o que não é o caso de equipamentos usados em casa, por pessoas comuns. O professor de pediatria da Universidade Federal Fluminense, André Ricardo Araújo, especialista em infectologia pediátrica e controle de infecção hospitalar explica que não há há respaldo científico nesta afirmação. “Para uma situação de hipóxia, a pessoa deve passar por uma situação completa de vedação do ar. Não é o que acontece com a máscara, principalmente as feitas em casa, que têm diversas entradas possíveis para o oxigênio”.
Já as máscaras do tipo N95, recomendadas para profissionais que lidam com pacientes infectados pelo coronavírus, filtram apenas as micropartículas presentes no ar, e não impedem a entrada e saída do ar em si. “Estes EPIs não seguram o ar expirado dentro deles. Existem válvulas respiratórias que eliminam, por exemplo, o dióxido de carbono”, explica Araújo.
Remédio para piolho mata a Covid-19?
“Remédio de piolho pode matar o novo coronavírus em 48h, diz estudo. A ivermectina poderia ser empregada com eficácia também no combate à Covid-19“, diz o texto que também foi divulgado pelas redes sociais.
O Ministério da Saúde informou que muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para o combate ao coronavírus (Covid-19), entretanto, até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus.
Fontes: agência Lupa, agência Aos Fatos, Ministério da Saúde, Governo do Estado do Rio de Janeiro