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Prefeitura diz que crescimento dos números de infectados pela Covid-19 na cidade não está diretamente atrelado à flexibilização de decretos

Na última semana, Petrópolis deu início ao novo protocolo de testagem a pacientes suspeitos de infecção pelo novo coronavírus. A ação teve início dias antes da flexibilização para a reabertura de parte do comércio e serviços na cidade, através da linha branca. Desde o último dia 27 de maio, pacientes que apresentem sintomas compatíveis com a doença há, pelo menos, sete dias, vêm sendo testados nos pontos de apoio montados pela prefeitura, no Centro da cidade e em Itaipava. Desde o início da pandemia, em março deste ano, apenas classes segmentadas vinham sendo testadas, como pessoas a partir de 60 anos, agentes de saúde e segurança em atividade e seus familiares ou contactantes. Com a implementação do novo protocolo, a prefeitura estima um melhor acompanhamento dos casos de coronavírus na cidade e, em contrapartida, um aumento na contabilização do número de pessoas infectadas com a doença.

“Vamos passar a ter mais informações sobre a transmissibilidade da Covid-19 em Petrópolis. Investimos na compra de 6 mil testes rápidos e recebemos mais kits por parte do Estado. Isso vem fazendo com que Petrópolis continue saindo na frente em relação a tantos outros municípios que estão com suas unidades de saúde sobrecarregadas hoje. De qualquer forma lembro a todos, mais uma vez, que teremos um aumento significativo no número de pacientes infectados na cidade pelo aumento da testagem, e que a flexibilização do comércio não tem uma relação direta com isso. Nossa base para a reabertura gradual do comércio se baseia na quantidade de pessoas internadas nos hospitais, e não no número de infectados”, explicou o prefeito Bernardo Rossi. Vale lembrar que a cidade possui, até a tarde desta quinta-feira (4), 36.3% de ocupação nos leitos de UTI e 26.7% em relação aos leitos clínicos.


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Segundo a Secretaria de Saúde do município, a implantação do novo perfil de pacientes, descrito na nota técnica conjunta nº2/2020, editada na última semana pela SMS, Superintendência de Atenção à Saúde, Departamento de Vigilância em Saúde e Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica, se dá em virtude do aumento do número de casos e da necessidade da secretaria em estabelecer o perfil de propagação do coronavírus no município. A secretaria afirma, ainda, que atrelar o aumento do número de casos do novo coronavírus com a flexibilização que vem permitindo a reabertura gradual do comércio é um erro comum que muitos podem cometer. “Entendemos que seja natural que a população faça essa confusão, mas precisamos deixar bem claro que o crescimento dos casos de contaminação está muito mais relacionado com a maior abrangência dos testes rápidos do que com uma maior quantidade de pessoas nas ruas devido à reabertura de parte do comércio”, afirmou a secretária de saúde do município, Fabíola Heck.

Em relação ao protocolo de testagem, a secretária afirmou, também, que o documento é claro e que apenas pacientes que fecharem diagnóstico completo para a doença poderão ser testados. “Os médicos são os responsáveis por esse processo nos próprios pontos de apoio. Eles decidem quem faz ou não o exame. Lembro, novamente, que, além dos sintomas clássicos da enfermidade, só serão testados pacientes cujos sintomas tenham se iniciado há, pelo menos, sete dias. Essa determinação não é nossa, mas sim do próprio fabricante dos kits. O manual de uso deixa claro que o teste não é capaz de detectar a doença antes deste prazo. Esperamos que todos compreendam isso e que, desta forma, consigamos ter uma noção mais abrangente da situação”, finalizou a secretária.

De acordo com o boletim desta quinta-feira (4), até o momento foram analisados 1345 casos na cidade. Deste total, 498 resultaram negativo, 731 positivos e 116 estão em análise. Há 79 pacientes internados na cidade, podendo ser casos positivos ou ainda em investigação esperando o resultado do teste. Até o momento são 351 pessoas recuperadas do coronavírus e 64 óbitos no município. Esse número se refere às pessoas que estiveram internadas nas unidades hospitalares da cidade ou que se mantiveram em isolamento domiciliar e que, hoje, não apresentam mais os principais sintomas da doença.

Um Comentário

  1. Não mesmo o crescimento está na falta de conscientização das pessoas contaminadas que tem que fazer o isolamento e ficam passeando pelas ruas.

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