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[Você sabia?] Nomes antigos das principais ruas do Centro de Petrópolis

Em comemoração ao aniversário de Petrópolis, pesquisamos mais algumas curiosidades sobre a Cidade Imperial e hoje vamos relembrar os primeiros nomes das principais ruas do Centro histórico.


Mais em: [Fotografias] Antes e Depois de Petrópolis – parte II

[Fotografias] Antes e Depois de Petrópolis


De acordo com informações do professor Antonio Eugênio Taulois, disponíveis no site da Prefeitura de Petrópolis, na primeira metade dos anos 1800, as consequências sociais e econômicas da Revolução Francesa e da Revolução Industrial resultaram numa difícil condição de vida para os povos de língua alemã. A população estava politicamente desiludida, ricos e pobres endividados e o desemprego era grande no Rhur, o coração do aço alemão, com muitos problemas nas minas de carvão. Desta maneira, uma parte da população, movida pela esperança de uma vida melhor, deixou tudo e partiu para as Américas. A maioria dos colonos que chegou a Petrópolis era natural de aldeias localizadas nos bispados de Treves e Mogúncia, na Renânia e Westphália, (Grão-Ducado de Hesse-Darmstadt e no Ducado de Nassau), região atualmente conhecida pelo nome de Hunsrück, localizada na confluência dos rios Reno e Mosel.

Para tornar mais fácil a adaptação dos colonos alemães à nova terra, Koeler nomeou os quarteirões de Petrópolis com o nome de suas regiões de origem, como Mosela, Palatinato, Renânia, Nassau, Bingen, Ingelheim, Simeria, Castelânia, Westphalia. Ele também homenageou a Família Imperial em dois quarteirões: Vila Imperial e Vila Teresa. Em 1854, Otto Reimarus, que continuou o trabalho de Koeler, criou os quarteirões de Darmstadt, Woerstadt, Worms e outros. Também prestou homenagem às várias nacionalidades de imigrantes de Petrópolis, nomeando outros quarteirões: Quarteirão Francês, Quarteirão Suíço, Quarteirão Inglês e mais tarde o Quarteirão Italiano. Para os brasileiros que ajudaram a construir Petrópolis, dedicou o Quarteirão Brasileiro e o Quarteirão Mineiro.

Crédito: FERREZ, Marc (1843-1923) / Avenida Nassau, atual avenida Piabanha.

 

Segundo um artigo do historiador e pesquisador Paulo Roberto Martins de Oliveira, disponível no site do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), “até meados do século XX, a principal rua de cada quarteirão era denominada pelo seu próprio nome. Ainda mantém-se, por exemplo, as Ruas Bingen, Mosela e Ingelheim. Porém, outras perderam o nome original como a Rua Nassau que passou a denominar-se Piabanha, resultando no esquecimento do Quarteirão Nassau. O mesmo aconteceu com a Rua Westfália que passou para Av. Barão do Rio Branco que, atualmente, é referência para a localização de outros logradouros nela iniciados ou adjacentes. O certo seria referir-se ao verdadeiro nome que é ‘Quarteirão Westfália'”.

Com a Proclamação da República em 1889, que resultou no banimento e no exílio da Família Imperial, temia-se que a cidade fosse ameaçada por retaliações republicanas e perdesse o seu prestígio. Mas isso não aconteceu. As funções administrativas passaram a ser exercidas por intendentes nomeados pelo governador do estado até 1892, quando Petrópolis passou a ser governada pela sua Câmara, situação que perdurou até 1916, quando foi criada a Prefeitura Municipal, tendo Oswaldo Cruz como seu primeiro prefeito, nomeado por Nilo Peçanha, então Presidente do Estado do Rio de Janeiro. Internamente, tentando se alinhar com as novas ideias e apagar as lembranças da Monarquia, os políticos começaram a mudar os nomes das ruas, substituindo os antigos nomes imperiais pelos seus novos valores:

Rua do Imperador – Av. 15 de novembro
Rua da Imperatriz – Av. 7 de setembro
Rua Princesa Isabel – Rua 13 de maio
Rua de Bourbon – Rua João Pessoa, depois Nelson de Sá Earp.
Rua de Joinville – Rua Ipiranga
Rua Dona Francisca – Rua General Osório

Quando Petrópolis deixou de ser capital do Estado, pensou-se novamente que a cidade perderia seu prestígio e ficaria esquecida. Ao contrário, por muitos anos, o desenvolvimento foi mantido, ao lado da sua vocação turística. Quando surgia uma epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro, muitas pessoas se mudavam para Petrópolis, que estava livre desses males pela salubridade do clima.

Os republicanos também se renderam aos encantos da Serra da Estrela. De 1894 a 1903, o Ministério das Relações Exteriores praticamente funcionou em Petrópolis, decidindo questões vitais como a assinatura do Tratado de Petrópolis, que anexou o Acre à Federação.

Nos anos seguintes, com exceção de Floriano Peixoto, Delfim Moreira e Castello Branco, todos os presidentes da República, desde Deodoro da Fonseca até Costa e Silva, veranearam em Petrópolis. A cidade, que antes se transformava em capital do Império, agora se tornava capital da República com a presença de expressivas personalidades como Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco, Santos Dumont, Conde Afonso Celso, Hermes da Fonseca e sua mulher, Nair de Teffé, Pandiá Calógeras, Henrique Lage, Ruy Barbosa, Joaquim Murtinho, Stefan Zweig, Edson Passos, Eugênio Gudin e tantas outras. Ficou preservado o seu ambiente culto, aristocrático e refinado.

Essa nova “corte imperial” mudou a cidade. O suntuoso Hotel-Cassino Quitandinha, aberto em 1944, se tornou conhecido em todo o país e atraiu o jet set internacional para Petrópolis. Orson Welles, Walt Disney, Greta Garbo e outros nele se hospedaram. Com a proibição legal do jogo em 1946, o hotel perdeu o esplendor, mas até hoje seu prédio, conhecido como Palácio Quitandinha, é atração na cidade.

Confira os nomes antigos de outras ruas do Centro histórico:

Rua 14 de Julho – Av. Washington Luiz

Av. 1º de Março – Rua Roberto Silveira

Av. Washington – Rua Paulo Barbosa

Rua Cruzeiro – Rua Dr. Nelson Sá Earp

Avenida Washington, atual rua Paulo Barbosa / Crédito: Acervo digital do Museu Imperial / Ibram / MTur
1926 – Avenida Primeiro de Março, atual rua Roberto Silveira, com o rio Palatino e uma ponte de alvenaria em frente ao portão do Tênis Clube, atual Petropolitano Futebol Clube, e a última residência de Gabriela Mistral à direita. / Crédito: Acervo digital do Museu Imperial / Ibram / MTur
Rua Quatorze de Julho, atual rua Washington Luiz. Vê-se, à direita, parte do prédio da Imperial Fábrica São Pedro de Alcântara. / Crédito: Acervo digital do Museu Imperial / Ibram / MTur
1919 – rua Cruzeiro, atual Dr. Nelson Sá Earp, e uma parte da avenida Quinze de Novembro, atual rua do Imperador, com algumas hortênsias. / Crédito: Acervo digital do Museu Imperial / Ibram / MTur

 

Fontes: fotos do acervo digital do Museu Imperial/Ibram/MTur; informações da Prefeitura de Petrópolis e do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP)

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