O Conselho Municipal de Transporte (Comutran) aprovou o reajuste de 7% na tarifa do transporte público, durante reunião ordinária realizada na noite desta última terça-feira (11). O valor será de R$ 5,15 para quem usar o Riocard e R$ 5,30 para o pagamento em dinheiro. O decreto no Diário Oficial (D.O) ainda será publicado.
De acordo com o município, “a maior parte do reajuste da tarifa se transforma em benefício direto para o rodoviário. A categoria teve 6,5% de aumento de salarial e mais de 20% no reajuste da cesta básica”.
“Temos que destacar que com os repasses do Vale Educação, conseguimos reduzir o aumento em R$ 1. As empresas de ônibus têm obrigações para continuarem recebendo o Vale Educação, como a renovação da frota, por exemplo”, frisou o presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), Thiago Damaceno.
O reajuste foi solicitado pelo Setranspetro, que enviou as planilhas para a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) em março. A proposta do Setranspetro havia apontado que “o valor necessário para arcar com todos os custos do sistema, atualmente, seria de R$ 5,53”. Na planilha, foi observada a variação para mais e para menos, de alguns itens.
O Setranspetro informou que “com base nas legislações e nos contratos, toda e qualquer tarifa de prestação de serviço público deve ser ajustada anualmente, conforme a variação dos preços dos itens que compõem a estrutura de cálculo. No caso do transporte, por exemplo, ônibus, pneus, combustível, além dos salários e benefícios da categoria dos rodoviários. Iniciativas, como receitas acessórias, podem resultar em diminuição no preço final da tarifa. O subsídio federal, voltado à gratuidade dos idosos, pago em outubro de 2022, por exemplo, representou, neste cálculo, redução de R$ 0,15 na planilha. Já o subsídio Vale-Educação, que custeia a gratuidade aos alunos da rede municipal, diminuiu em R$ 0,75 o cálculo final da tarifa. A baixa no preço do óleo diesel, um dos itens fundamentais para a operação dos ônibus, também registrou queda e representou diminuição de R$ 0,32 do valor.”
Ainda em nota, o Setranspetro destacou que “caso não houvesse ações do poder público e novas fontes de custeio, conforme já acontece em diversos municípios do país, o sistema de transporte estaria em colapso, uma vez que, a tarifa estaria mais elevada e o passageiro pagante seria o único responsável por custear todos os gastos, gerando completo desequilíbrio econômico e financeiro e, consequentemente, degradação, interrupção e descontinuidade do serviço prestado, além de atrasos nos pagamentos dos vencimentos e encargos trabalhistas. Inclusive, em maio deste ano, durante a Convenção Coletiva, foi concedido o reajuste de 6,47% no salário dos rodoviários, além de 17% na cesta básica – aumentos que precisam ser remunerados pela tarifa de ônibus”, encerra.
Entidades de Petrópolis se manifestam sobre o reajuste
Nota do Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PCVB):
Nós, representantes do trade turístico de Petrópolis, vimos por meio desta nota expressar nosso veemente repúdio em relação ao recente reajuste da tarifa de ônibus na cidade sem a contrapartida esperada. A atual condição do sistema impacta negativamente o trabalhador do setor, que tem mais de oito mil empregados diretos.
O turismo desempenha um papel fundamental na economia de Petrópolis, sendo um dos principais pilares para o desenvolvimento social e econômico da região. O setor engloba diversos segmentos, como hotéis, restaurantes, agências de viagens, guias turísticos, entre outros, que dependem de um transporte público acessível e eficaz e com tarifas justas para garantir a mobilidade de visitantes e moradores.
Nossa cobrança é por um sistema moderno, com mais oferta de linhas e horários, com qualidade e eficiência. Petrópolis, que merece ser preservada, também precisa olhar para frente, buscando a modernidade e mobilidade para garantir que o empregado no setor turístico, assim como os demais, tenha garantia de transporte adequado.
Nota da Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis (CDL):
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis repudia o reajuste da tarifa de ônibus aprovado pelo Conselho Municipal de Trânsito e Transportes à medida em que o sistema de transporte público não corresponde às necessidades do usuário, principalmente os trabalhadores e, em especial, os do comércio – cerca de 20 mil empregados.
A evolução das tarifas deve considerar sistemas eficientes e investimentos em modernidade e atendimento, o que não se verifica em Petrópolis, onde o transporte urbano por ônibus é falho.
A CDL vem, publicamente, exigir que a cidade tenha oferta de ônibus decente, um dos fatores que mais influenciam na qualidade de vida das pessoas e afeta diretamente os trabalhadores. Como uma cidade agora considerada da região metropolitana do Rio, sendo o maior PIB da serra e importante no cenário do país, Petrópolis precisa crescer em economia e isso passa, obrigatoriamente, pela oferta adequada de serviços básicos.
