Nesta sexta-feira (6), o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis fez paralisações pontuais para pressionar a empresa Petro Ita a cumprir com os pagamentos de salários, adiantamentos e vale-alimentação nas datas acordadas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pela convenção coletiva.
De acordo com o Sind. Rodoviários, “apesar dos esforços do sindicato, que sempre buscou minimizar os impactos na mobilidade urbana, a empresa tem falhado repetidamente em honrar esses compromissos, levando os trabalhadores a realizarem paralisações de pequeno porte.”
O sindicato, que se mantém em constante diálogo com a Prefeitura de Petrópolis e a CPTrans, também informou que não recebeu o apoio esperado. “A ausência de representantes do governo municipal foi marcada pela ausência do prefeito Rubens Bomtempo, que também cancelou a inauguração de seu comitê eleitoral, nas proximidades do Terminal Imperatriz Leopoldina.”
Em nota nas redes sociais, o prefeito emitiu a seguinte nota:
“Estamos adiando a inauguração do nosso comitê central devido a um movimento político-eleitoreiro em represália à nossa vitória no STF, que remove definitivamente a Petro Ita do Alto da Serra, Morin, Meio da Serra, Vila Felipe, Chácara Flora e Sargento Boening.
“Sabemos que aqueles que foram coniventes com a degradação do transporte público, estão por trás desse movimento, tentando paralisar a cidade.
Estamos tomando todas as providências junto à justiça para garantir o direito de ir e vir de todos os cidadãos.”
O sindicato, por sua vez, refuta as alegações de politização, afirmando “ser uma entidade apartidária que visa exclusivamente a defesa dos direitos trabalhistas de seus associados e de toda a categoria. Para a diretoria sindical, a ausência do prefeito em um momento de crise trabalhista demonstra falta de empatia e compromisso com os trabalhadores, que continuam sem receber seus honorários corretamente.”
No momento, a diretoria do sindicato permanece no Terminal Imperatriz Leopoldina, aguardando uma resposta das autoridades municipais e da empresa. “Não há, até agora, qualquer acordo ou negociação em andamento para que os ônibus da Petro Ita voltem a operar, deixando a população de Petrópolis em um cenário de incerteza quanto à regularidade do serviço de transporte público”, encerra o sindicato.
Em nota, a Prefeitura de Petrópolis disse que está tomando as medidas legais para garantir o cumprimento de decisão da 4ª Vara Cível, que garante o direito de livre circulação no entorno da Estação Rodoviária Imperatriz Leopoldina, no Centro. “No dia em que o município obteve vitória no STF – Supremo Tribunal Federal, retirando definitivamente os ônibus da Petro Ita do Alto da Serra, Meio da Serra e Morin, uma manifestação de caráter político-eleitoral paralisou os ônibus em ruas como a Paulo Barbosa, causando um caos no Centro. Os ônibus que estão estacionados deverão ser recolhidos sob pena de multa de R$ 100 mil por ônibus”, informa o município.
Ainda de acordo com a prefeitura, a decisão do STF tem caráter imediato e o Alto da Serra e região só serão atendidos pela Cidade Real. “O ministro Luís Roberto Barroso ratificou a legalidade da medida tomada pela Prefeitura para garantir segurança no transporte público do Alto da Serra, Meio da Serra e Morin. Apenas a Cidade Real tem autorização para operar na região e a Petro Ita já foi notificada a recolher, imediatamente, os veículos que operavam as antigas linhas”.
Até o fechamento desta matéria, a Petro Ita não havia se pronunciado sobre a decisão do STF e a paralisação desta sexta.