Ambiente

Abastecimento continua comprometido em diversas localidades de Petrópolis devido à estiagem severa

Com a escassez de chuvas, elevação da temperatura e o agravamento da seca, o governo federal está estudando a volta do horário de verão, como uma alternativa para economia na conta de luz, uma vez que a maior parte da energia do país depende de usinas hidroelétricas, ou seja, da água.

Em Petrópolis a situação não é diferente. Moradores de localidades como Capela e Quarteirão Ingelheim, por exemplo, relataram problemas no abastecimento dessas regiões. Já o Parque Nacional Serra dos Órgãos emitiu uma nota sobre a falta de água ao longo do percurso da Travessia, que você confere nesta matéria.

Em nota, a Águas do Imperador informou que “o município enfrenta uma estiagem severa que impacta diretamente na oferta de água nos mananciais. A pouca chuva que caiu no início da semana não foi suficiente para alterar de forma expressiva os níveis dos mananciais”. A concessionária ressalta que, além do longo período sem chuvas significativas, a situação vem sendo agravada pelas altas temperaturas e baixa umidade do ar.

Como medidas emergenciais, a Águas disse ainda que “intensificou o uso das captações alternativas, bombas extra e de caminhões-pipa, alguns abastecendo as regiões afetadas 24 horas por dia, além de executar medidas técnicas com objetivo de equilibrar a distribuição de água.”

Em situações como essa, é importante que todos se conscientizem sobre a importância de economizar água, o que é possível através de pequenas mudanças no dia-a-dia, tais como:

  • Diminuir o tempo no banho e desligar o chuveiro enquanto se ensaboa;
  • Não deixar a torneira ligada enquanto escovar os dentes ou se barbear;
  • Não deixar a torneira ligada enquanto estiver ensaboando a louça;
  • Usar menos a máquina de lavar; lave tudo de uma vez só;
  • Reutilizar água para molhar as plantas;
  • Não lavar calçadas, mas caso seja necessário, usar balde e reutilizar a água;
  • Ficar atento a vazamentos, chuveiros e torneiras gotejando.

Cemaden divulga Nota Técnica sobre a criticidade da seca no Brasil

No início deste mês, o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, divulgou uma Nota Técnica com informações sobre a criticidade da seca no Brasil. Foram analisados fatores como recorrência, extensão, intensidade e os impactos em diversos setores, incluindo a agropecuária, terras indígenas e recursos hídricos, além de uma breve discussão sobre as possíveis causas.

Embora a seca tenha se intensificado entre os meses de maio e agosto de 2024, o monitoramento do Cemaden/MCTI indica que o fenômeno começou a se manifestar ainda no segundo semestre de 2023, especialmente na faixa que vai do Acre e Amazonas até São Paulo e o Triângulo Mineiro.

As causas da seca resultam de uma combinação de fatores que abrangem diferentes escalas espaciais e temporais. Em primeiro lugar, a estação chuvosa passada foi deficitária em toda a porção centro-norte do país, em decorrência da atuação do fenômeno El Niño, que normalmente causa diminuição das precipitações nesta região. Em consequência, a fraca estação chuvosa passada não conseguiu repor adequadamente a umidade do solo e da vegetação, nem recarregar os aquíferos, mantendo os níveis dos rios abaixo dos níveis esperados.

Em segundo lugar, a atual estação seca começou de forma antecipada, já no mês de abril, com o qual o solo e a vegetação começaram a perder umidade de forma prematura e sistemática, e os níveis dos rios foram diminuindo gradativamente, atingindo níveis inferiores aos observados no mesmo período de 2023. Ainda, a estação seca atual foi mais seca que o normal, incluindo vastas regiões que não receberam nenhuma precipitação desde maio. Essa situação deixou o solo e a vegetação extremamente secos, criando um ambiente favorável para a propagação de grandes incêndios.

O documento destaca ainda a influência de dois fenômenos que atuam no longo prazo: 1-As mudanças climáticas, que estão gerando um aquecimento progressivo da atmosfera e que tendem a produzir sequências mais longas de dias sem chuva e 2-As mudanças do uso do solo que, ao substituir áreas de floresta por áreas dedicadas à agricultura e/ou a pastagens, degradam uma fonte importante de umidade, tanto do ar quanto do solo, o que deriva na redução da umidade ambiente e, consequentemente, das precipitações.

Fontes: Agência Brasil e Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden/MCTI

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