Saúde

[Você sabia?] Petrópolis conta com Centro de Referência e Tratamento em Glaucoma

Petrópolis tem agora uma nova referência no Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento de pessoas com glaucoma. O Ambulatório Escola do Centro Universitário Arthur Sá Earp Neto e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP) foi habilitado pelo Ministério da Saúde e, agora, além das consultas, oferece exames e  tratamento clínico.

Os pacientes com suspeita de glaucoma são encaminhados pela regulação da Secretaria Municipal de Saúde para o Ambulatório Escola, localizado no bairro Cascatinha. No local, além da consulta, os pacientes fazem todos os exames e, se necessário, recebem o medicamento gratuitamente para o tratamento da doença. Atualmente, os atendimentos acontecem às segundas, terças e sextas-feiras, na parte da manhã.

Professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis, a oftalmologista Patrícia Pachá é responsável pelo Serviço de Oftalmologia e coordenadora do Centro de Referência em Glaucoma do Ambulatório Escola da UNIFASE/FMP. Ela explica que o glaucoma é uma doença que afeta o nervo óptico e leva à perda progressiva da visão.

“É a principal causa de cegueira irreversível no mundo. É uma doença multifatorial, controlável e tratável, desde que seja diagnosticada de maneira precoce. Isso porque causa lesões nas fibras nervosas da retina e do nervo óptico, que é responsável pela condução da visão até o cérebro. A pessoa, então, vai perdendo campo de visão de forma gradativa e silenciosa. Como a doença não causa dor, as lesões passam despercebidas e, uma vez estabelecidas, são irreversíveis”, detalha.

A médica ressalta que para detectar a doença, é fundamental que todos passem por avaliação clínica oftalmológica regularmente, ao menos uma vez por ano. “Isso permite a verificação de fatores de risco, realização de exames e triagem de casos suspeitos. O glaucoma é identificado por meio de exames que devem ser feitos por médico oftalmologista, nos quais será possível aferir a pressão intraocular e verificar, com exame de fundo de olho, possíveis alterações iniciais no nervo óptico. É importante que as pessoas não confundam estes exames com testes de visão oferecidos por óticas, que são feitos por profissionais não médicos e não são relevantes para detectar doenças que potencialmente podem causar a cegueira. Estamos falando da necessidade de exames, feitos exclusivamente por médicos oftalmologistas”, reforça.

Além da realização regular de exames oftalmológicos, a observação atenta de fatores de risco também é fundamental para a detecção precoce de alterações no nervo óptico. “Os fatores de risco mais importantes são histórico familiar – quem tem casos de glaucoma na família, em primeiro grau, não pode, em nenhuma hipótese, deixar de fazer exame regular de acompanhamento e triagem – e idade superior a 40 anos. Sabemos que pessoas negras também têm mais chance de ter o glaucoma crônico, assim como aquelas que têm miopia. Além disso, há algumas condições que demandam maior atenção, como pacientes hipertensos e diabéticos, ainda que não exista relação direta entre essas condições e a doença”, explica a médica.

O glaucoma é controlável e o diagnóstico precoce permite que o paciente tenha acesso ao tratamento adequado para conter a progressão da doença. “O tratamento é clínico, iniciado com uso escalonado de colírios. É definido dependendo do controle da pressão intraocular, que é o fator que a gente consegue manejar. Dependendo do caso, há indicação de uso de um, dois, três ou até quatro medicações associadas. Esse tratamento é oferecido pelo SUS no Centro de Referência em Glaucoma do Ambulatório Escola da UNIFASE/FMP, que é habilitado pelo Ministério da Saúde. Lá, fazemos todo o atendimento – consultas, exames, tratamento e acompanhamento. Os pacientes são encaminhados por meio da Central de Regulação do Município e atendidos por nossas equipes, com professores preceptores e alunos do curso de Medicina, que estão em aprendizado para a melhor formação. Cabe lembrar que, na falência do tratamento clínico, há, ainda, a possibilidade de indicação cirúrgica”, finaliza Pachá.

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