Nesta semana, a Prefeitura anunciou um plano de contingência, dividido em cinco fases, com o objetivo de tornar o transporte coletivo mais barato para o usuário, mais eficiente na operação e mais transparente no controle público. Para isso, o município informou o cancelamento dos contratos emergenciais firmados nos últimos anos, após a cassação das permissões das empresas Petro Ita e Cascatinha, e reiterou que a população não precisa se preocupar com a disponibilidade e oferta de ônibus.
Ao todo, são sete contratos que serão cancelados com as empresas:
- Cidade das Hortênsias, que atende ao Carangola, Oswaldo Cruz, Trono de Fátima e Estrada da Saudade;
- Cidade Real, que atende ao Morin, Alto da Serra, Meio da Serra, São Sebastião, Siméria, Independência, Taquara e Santa Isabel;
- Turp, que assumiu as linhas do Jardim Salvador, Roseiral, Retiro, Quarteirão Brasileiro, Dr. Thouzet, Amazonas, Rio de Janeiro, Gulf, Espírito Santo, Duques, Honduras, Venezuela, Chapa 4 Valparaíso.
“Hoje o sistema de transporte da cidade é um emaranhado de contratos emergenciais. Alguns desses contratos tinham vigência até o ano de 2032. Outros encerravam no segundo semestre deste ano. Nesta primeira fase do Plano de Contingência, serão firmados três novos contratos emergenciais – um para cada empresa –, com vigência de até um ano. As empresas continuarão atuando nos mesmos lotes de linhas, mas agora sob novas exigências. Esses contratos já seguirão as diretrizes do novo modelo de transporte público”, explica o presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), Luciano Moreira.
Entre as principais mudanças, está a implantação da bilhetagem eletrônica sob controle da prefeitura, que passará a gerir diretamente os recursos arrecadados no sistema. “Hoje, a maior parte das informações estratégicas está nas mãos das empresas, é uma verdadeira caixa preta. Isto está errado e dificulta o entendimento por parte da prefeitura sobre a real situação dos transportes. O que estamos propondo com esta primeira fase do Plano de Contingência é trazer para o município o controle das informações. Com isto poderemos saber de fato os gargalos do sistema e auditar os dados”, disse o prefeito Hingo Hammes.
Durante o processo, fica garantido que as empresas continuarão atuando da forma que está atualmente. O presidente da CPTrans ressalta que os novos contratos e cancelamento dos atuais não poderão ser paralisados pelas empresas. “O Plano de Contingência será uma mudança sim, mas tudo será feito de uma forma que a população não seja prejudicada, muito pelo contrário, o objetivo maior é garantir os direitos e melhorar o sistema”.
Nos próximos meses, a prefeitura dará continuidade às etapas do Plano de Contingência do Sistema de Transporte Público de Petrópolis (STPP). As medidas incluem auditorias nas empresas, revisão das linhas existentes, reestruturação dos itinerários e redistribuição dos lotes de operação, com foco na racionalização do sistema e melhoria para os usuários.
Outra medida prevista no plano é a revisão das linhas existentes. Com isso, o cenário do transporte público muda e um rearranjo de distribuição dos lotes de linhas será necessário. Um grupo de trabalho para reajustar as linhas já foi montado. “Vamos priorizar trajetos que transportem mais gente, em menos tempo, com maior regularidade. Aumentar a frequência de viagem enquanto reduzimos a quilometragem percorrida. O objetivo é reduzir tempo de espera, diminuir a duração das viagens e, ao mesmo tempo, aliviar os custos operacionais. Isso só será possível com coragem para mexer no modelo antigo e construir uma rede mais inteligente e mais justa para o cidadão”, detalha o presidente da CPTrans, ressaltando que essa parte do plano não será feita neste momento.
O Plano de Contingência prevê ainda a renovação da frota, com a aquisição de ônibus elétricos via recursos do PAC, além da implantação de uma nova metodologia tarifária e a concessão da gestão das estações rodoviárias à iniciativa privada. “Estamos trabalhando junto ao governo federal para destravar o recurso aprovado no PAC para a compra de novos veículos para a cidade. Nossa intenção é utilizar esse recurso como um dos pontos para baixar a tarifa ou mesmo utilizar esta frota com tarifa zero. Esta decisão será tomada a partir de estudos realizados pela CPTrans com base nos resultados obtidos na primeira fase do Plano de Contingência. Este é um trabalho complexo, que não pode ser baseado em informações sobre a bilhetagem que hoje nós não temos confiança por não termos o controle”, afirmou Hingo.
Relatório aponta que em maio, as empresas de ônibus cumpriram 98,4% das viagens programadas em Petrópolis
Dados do Relatório Mensal de Operação (RMO), divulgado pela CPTrans, indicam que o transporte público registrou, no mês de maio, 112.316 viagens de ônibus, equivalente a 98,41% das partidas programadas. Ainda segundo o RMO, apenas 0,3% das viagens não foram realizadas por motivo de falha mecânica e 1,28% por problemas relacionados à mobilidade urbana.
De acordo com o Setranspetro, “os resultados refletem os inúmeros investimentos e reforços das empresas Cidade Real, Cidade das Hortênsias e Turp Transporte no setor de manutenção. Com equipes que atuam 24 horas por dia, buscando a eficiência da operação, são desenvolvidos protocolos e rotinas de manutenção corretiva, preventiva e preditiva, além da atuação das equipes de operação, administração e gestão, aumentando a confiabilidade do serviço”.
Com um total de 114.127 partidas programadas para o mês de maio, as empresas deixaram de realizar 1.460 viagens, devido a fatores relacionados a trânsito intenso, bloqueios viários causados por obras, quedas de árvores, fios caídos na via, acidentes e veículos estacionados de forma irregular; e 351 viagens foram interrompidas por falha mecânica.
Ainda de acordo com o Setranspetro, “entre 2019 e 2024, as empresas de ônibus realizaram investimentos em frota, adquirindo 134 ônibus novos, equivalente a R$ 82.124.177,97. Desde setembro do ano passado, as operadoras seguem realizando melhorias contínuas e progressivas na operação, após assumirem o atendimento em diversas regiões da cidade, como na Estrada da Saudade, Retiro, Quarteirão Brasileiro, Jardim Salvador, Roseiral, Alto da Serra, Morin, Independência, São Sebastião, Siméria, Valparaíso e Quitandinha”.