Na última semana, o prefeito Rubens Bomtempo e o procurador geral do município, Marcus São Thiago, foram à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR em Brasília, com o objetivo de informar sobre a publicação de decretos municipais, declarando de utilidade pública, para fins de desapropriação, os imóveis que compõem o conjunto conhecido como “Casa da Morte”, utilizados para a tortura de presos políticos durante a Ditadura Militar – 1964/1984.
Acompanhados da deputada Federal Jandira Feghali, Bomtempo e Marcus São Thiago foram recebidos pela ministra Maria do Rosário, a quem foi solicitado apoio por meio do fomento de verbas públicas para a desapropriação das casas. Os imóveis, localizados na Rua Arthur Barbosa, no Caxambu, segundo laudos da Comissão de Avaliação Imobiliária da Prefeitura, estão avaliados em pouco mais de R$ 1,2 milhão.
As verbas também estão sendo pleiteadas para a implantação do “Memorial da Liberdade, Verdade e Justiça” nos imóveis. “A ideia é que o Memorial seja criado, em parceria com a SDH/PR, visando à preservação da memória nacional e alerta sobre o perigo do arbítrio às futuras gerações”, destaca Bomtempo. Segundo Marcus São Thiago, a parceria é necessária para a concretização das iniciativas, pelo fato do município enfrentar limitações orçamentárias, por conta de demandas prioritárias, como por exemplo, as tragédias causadas pelas chuvas de verão, ocorridas nos últimos anos.
De acordo ainda com o procurador geral do município, as entidades e agentes políticos que apoiam a iniciativa, lutam pela preservação do local. “É o cuidado com a memória de nosso país, para garantir que fatos lamentáveis como os ocorridos ali, jamais voltem a ocorrer no Brasil”, disse Marcus.
Outras reuniões foram agendadas na SDH/PR para setembro e outubro, quando serão discutidas a desapropriação dos imóveis e a criação “Memorial da Liberdade, Verdade e Justiça”, o primeiro no país.