Saúde

[Nutrição] Carne: é possível viver sem ela?

Foto: imagem ilustrativa

Os primeiros registros da exclusão da carne da alimentação são datados de 3.200 a.C. Embora esta seja a dieta mais antiga de que temos notícia, ainda existem muitas dúvidas sobre como substituir o consumo da proteína animal. Para estimular novos adeptos, desde 1985, a data 20 de março marca o Dia Mundial sem Carne.

A preocupação em retirar o alimento da rotina alimentar, seja por questões de consciência ambiental ou por cuidados com a saúde, não é à toa. Isto porque o excesso no consumo de carnes, principalmente as vermelhas, pode contribuir para o aumento de colesterol no sangue, sobrecarregar o fígado e os rins, além de aumentar os riscos de problemas cardíacos, devido ao elevado teor de gordura saturada. Em contrapartida, retirar a carne do cardápio sem as devidas substituições pode levar a quadros de anemia, desnutrição e baixa no sistema imunológico. “As proteínas têm papel fundamental no funcionamento do organismo humano, pois participam de todas as estruturas do corpo. Elas são importantes para a formação dos músculos, para o sistema nervoso e ainda para a defesa do organismo. Além de tudo isso, as carnes são fontes de ferro e de vitaminas do complexo B, atuando no crescimento, regeneração e renovação de diferentes tecidos, como os ossos e pele, e incentivando a produção de hormônios, como a insulina”, explica a nutricionista da Clínica Maurício Baisch, Daniela Pessoa.

Segundo a profissional, o Ministério da Saúde recomenda a ingestão de uma porção média de 100g de carne por dia, ou seja, 1 bife diário. Ele deve ser preparado de forma grelhada ou assada, que são mais saudáveis e menos gordurosas. A sua exclusão é recomendada para pessoas que possuem alergia ou intolerância ao alimento. A nutricionista salienta que qualquer um pode viver bem sem carnes. Mas, para isso, é preciso o acompanhamento de profissionais qualificados, de forma a evitar que o organismo sofra com deficiência de nutrientes. “Todos os macro e micro nutrientes podem ser facilmente substituídos, caso haja planejamento e boa orientação. Sendo assim, é possível atingir o equilíbrio e adequação nutricional com uma dieta vegetariana”, comenta Daniela.

Mais do que um prato típico, o arroz e feijão são grandes aliados daqueles que optam pela exclusão de carnes. Juntos, eles formam uma proteína completa, além de fornecerem ferro ao corpo. As proteínas podem ser encontradas ainda em cereais integrais, ovos, leite e derivados, que também são fontes de vitaminas e minerais.

Já os vegetais de cor verde escura são alternativas para suprir a quantidade necessária de ferro. A dica é associar a ingestão a alimentos fontes de Vitamina C, como o suco de laranja, que aumentam a absorção. “Também é importante ressaltar que legumes e verduras devem ser cozidos a vapor, para minimizar a perda de nutrientes”, aconselha Daniela, lembrando a importância de alguns ingredientes na dieta. “A soja fornece todos os aminoácidos que necessitamos. Já a quinoa é considerada o alimento de origem vegetal mais completo. Fonte de proteínas, fibras e ômega-3, ela não possui gordura saturada”.

No caso da dieta Vegana, a atenção deve ser redobrada. A Vitamina B12, por exemplo, só está presente em produtos de origem animal. Por isso, é preciso fazer o uso de suplementos. “Já o Cálcio pode ter obtido através do consumo de brócolis, tofu, semente de gergelim, espinafre, aveia e grão de bico”, finaliza Daniela.

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