Imagem: rua Domingos Pereira, também conhecida como Cova da Onça, em Pedro do Rio (Crédito: Diego Barros)
Nesta semana, o município fechou balanço dos 90 dias da situação de emergência no município, decretada no dia 19 de janeiro em consequência das chuvas de janeiro. O decreto vigorou por 90 dias e tinha como objetivo garantir uma resposta mais rápida às vítimas do temporal, assim como agilizar a realização de intervenções. Na época, foram alugadas máquinas e caminhões, contrataram pessoal e garantiram assistência imediata às famílias atingidas.

Entretanto, ainda há locais que necessitam de intervenções e até agora nada foi feito. “A rua Domingos Pereira, conhecida como Cova da Onça, cedeu com as chuvas de janeiro e, com isso, uma casa ficou interditada e os moradores ficaram sem passagem para carros. Na mesma época, o vereador Vadinho, o prefeito Bomtempo e o até então secretário de obras, Bolão, estiveram no local, mas até agora nada foi feito. Alguns moradores estão tomando medidas por conta própria, como por exemplo, arrumar a rua para passar carro de passeio, sem qualquer autorização e colocando em risco algumas casas. Essas medidas tem gerado conflitos entre os moradores”, relatou um morador da região. Ainda de acordo com ele, a Secretaria de Obras havia informado que as intervenções deveriam ter começado em março.
O município não recebeu qualquer recurso do estado, mas em março, quase dois meses após o temporal, o governo federal disponibilizou R$ 927.679,20 ao município para a resposta às chuvas. Os recursos ajudaram, mas chegaram em volume muito aquém do necessário para custear intervenções importantes especialmente no quarto e quinto distritos. Na Cova da Onça, em Pedro do Rio, e na Granja Cláudia, na Posse, por exemplo, onde há necessidade de intervenções estruturais, as obras serão custeadas pelo município.
A Prefeitura também solicitou ao governo do estado 200 formulários para a inclusão de desalojados no aluguel social, mas o pedido segue em análise.
Números
Em 15 dias, a Secretaria de Proteção e Defesa Civil registrou 1.216 ocorrências de deslizamentos, inundações, alagamentos e pedidos de vistoria no período pelo telefone 199.
As principais áreas atingidas foram os distritos de Itaipava, Pedro do Rio e Posse. Na segunda quinzena de janeiro, 263 imóveis foram interditados nessas regiões. Duzentas e dezessete famílias ficaram desalojadas na época – totalizando 696 pessoas. A Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac) realizou 1032 atendimentos e 30 mil metros cúbicos de materiais retiradas das vias públicas, como terra, barro, pedras e galhos de árvore. A estimativa da Prefeitura é de que mais de 500 barreiras tenham sido retiradas de vias públicas.
“A maior vitória da cidade foi não haver vítimas ou feridos, mesmo com essa quantidade absurda de ocorrências e de quedas de barreira pela cidade. Mesmo com os deslizamentos atingindo uma área muito extensa da cidade, de cerca de 300 quilômetros quadrados, conseguimos dar uma resposta rápida à população. Já na noite de 15 de janeiro, uma sexta-feira, todos os secretários municipais foram mobilizados para uma reunião emergencial para que toda a Prefeitura trabalhasse de forma intersetorial”, concluiu o secretário de Proteção e Defesa Civil, Rafael Simão.