Agenda cultural

Shows de trios baianos marcam o Festival Sesc de Inverno nesta sexta-feira

A programação do Festival Sesc de Inverno desta sexta-feira (4) vai ser repleta de música baiana com os shows de dos trios: Baiana System e As Bahias e a Cozinha Mineira.

Formada por Assucena Assucena (compositora e intérprete), Raquel Virgínia (compositora e interprete), Rafael Acerbi (arranjador e guitarrista), Rob Ashtoffen (baixista), Carlos Eduardo Samuel (tecladista), Vitor Coimbra (baterista) e Danilo Moura (percussionista), As Bahias e a Cozinha Mineira se apresenta no Café Concerto, às 19h. Os ingressos podem sr adquiridos aqui.

O nome escolhido, como explica Assucena, faz referência a hino de Caetano Veloso, a canção Da Maior Importância, que foi gravada por Gal Costa em 1973. “São os enigmas e as proposições das mulheres que, muitas vezes, são inteligíveis para os homens. Como escreveu Caetano ‘uma mulher é sempre uma mulher’ e é exatamente disso que se trata esse espetáculo: o universo feminino”, contou.

O repertório do show é pautado no disco de estreia da banda, intitulado “Mulher”, que foi lançado em outubro de 2015. As músicas, contudo, ganharam novas roupagens. “Isso tudo partiu da nossa vontade de ter uma apresentação nova com um trabalho mais minucioso em termos de novos arranjos, reconstruir as nossas canções e fazer com que elas sejam ressignificadas diante de tudo o que fizemos até aqui”, afirmou Raquel, antes de completar: “Também foi um processo de incluir composições que não são nossas, mas que se adequam perfeitamente na narrativa do espetáculo.

Já às 21h, o Teatro Mecanizado recebe o Baiana System, um dos principais nomes de um movimento independente que busca ressignificar a música urbana produzida na Bahia. Os ingressos podem ser adquiridos aqui.

Modernizar o passado amplificando as tradições populares é a missão que o Baiana System vem cumprindo muito bem desde o seu nascimento, em 2009. A mistura original da guitarra baiana de Roberto Barreto se juntou com a retórica provocativa de Russo Passapusso. Na condução destas duas vozes, estão as linhas de baixo de SekoBass e a base percussiva (eletrônica ou orgânica) característica de ritmos afro-latinos como frevo, samba-reggae, pagode, groove arrastado, ijexá, kuduro, reggae, dub, entre outros.

O primeiro álbum, intitulado Baiana System, saiu pelo selo Garimpo no começo de 2010. O disco traz muitas participações especiais como BNegão, Lucas Santtana, Roberto Mendes e Gerônimo, e as composições são basicamente de Roberto Barreto e Russo Passapusso. Em 2013 veio o EP Pirata, que traz o hit “Terapia”.

Em 2016, o Baiana System lança seu segundo álbum, Duas Cidades, produzido por Daniel Ganjaman – que já assinou discos de artistas como Criolo, Sabotage e Instituto. Este disco – recheado de participações de instrumentistas de peso – conta com a faixa “Playsom”, que faz parte da trilha sonora do game “Fifa 2016, da Eletronic Arts.

 

Já o restante da programação gratuito e tem início às 17h, com o Sarau lítero-teatral na Sala da Crianças, que tem por tema a poesia e o teatro na serra petropolitana. Integrarão o sarau os textos cênicos “Bon soir mademoiselle la lune”, “Os amores de Colombina” e “Uma tremenda peituda”, todos de Joaquim Eloy Santos, que comanda o sarau, e poemas de conteúdos sociais no sentido do aprofundamento da reflexão sobre a nossa vivência social e política contemporânea.

Já às 18h30, no Salão de Convenções acontece uma sessão comemorativa dos 50 anos do filme “Terra em transe”, de Glauber Rocha. Um dos grandes clássicos da cinematografia brasileira, Terra em transe acompanha os dramas de consciência de um jornalista e poeta que oscila entre diversas forças políticas que lutam pelo poder do fictício país de Eldorado. Marcado pelo tom alegórico, o filme já foi definido como “um espetáculo poético sobre o transe político”. Responsável pela consagração internacional de seu diretor, Glauber Rocha, ao receber premiações nos festivais de Cannes, Locarno e Havana, o longa-metragem chegou a ser proibido pela censura da ditadura militar, por ser considerado “subversivo e irreverente com a igreja”. Com elenco liderado por Jardel Filho, Paulo Autran e Glauce Rocha, Terra em transe reúne ainda uma talentosa equipe técnica: Luiz Carlos Barreto e Dib Lutfi (fotografia), Sérgio Ricardo (música original) e Eduardo Escorel (montagem).

Após a exibição do filme, às 20h30, o cineasta Walter Lima Jr e Ana Maria Magalhães, uma das mais relevantes atrizes do Cinema Novo, se encontram para um diálogo sobre a Tropicália e o Cinema Novo.

A Tropicália foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacionais e internacionais, misturando manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas. O Cinema Novo foi um movimento cinematográfico brasileiro influenciado pelo Neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, que buscava construir uma identidade político-cultural para o povo brasileiro, investindo em uma nova estética, mais realista, com uma linguagem própria, com mais conteúdo e discurso, e menor custo de produção.

 

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização (contato@aconteceempetropolis.com.br).