O município implantou um ambulatório de pneumopediatria no Centro de Saúde e irá inserir os assistidos no Programa de Asma do município. Pelo novo protocolo, as crianças, após as consultas, receberão os medicamentos para tratamento gratuitamente. A expectativa é que semanalmente sejam atendidas de 8 a 10 crianças com regularidade a fim de se manter o controle da doença, além de se reduzir os agravos provocados por uma crise diminuindo internações por infecções respiratórias ou pneumonias.
Os atendimentos de emergência às crianças com asma ou bronquiolites aumentaram em 60% no município com relação ao mesmo período de inverno do ano passado.As baixas temperaturas e o confinamento proporcionam a incidência de casos de doenças respiratórias. Em média, as UPAs atendem 80 crianças por dia, mas de março a julho houve aumento de 30% dos atendimentos pediátricos. Apenas na unidade de Cascatinha, no mês de maio, foram registrados 3.039 urgências pediátricas.
O secretário de Saúde, Silmar Fortes, explica que a implantação do ambulatório é uma continuidade na assistência prestada nas UPAs que recentemente implantou um novo protocolo para tratamento das crises asmáticas de urgência.
“Pelo novo protocolo utilizamos um spray inalatório que substitui a nebulização. A terapia inalatória apresenta a vantagem da rapidez de ação e eficácia no tratamento que antes era realizado em até 1 hora e agora leva cerca de 30 minutos. Nossas equipes de urgência estão sendo capacitadas pela pneumologista da UPA Centro para que o protocolo seja implantado nas duas unidades simultaneamente. A criação do ambulatório é uma forma de se dar continuidade ao tratamento iniciado nas UPAs para que essas crianças sejam acompanhadas por um especialista evitando as crises e dando mais qualidade de vida a elas”, afirmou.
A pneumologista Fátima Barillo explica que após a alta das UPAs, muitos pais tinha dificuldades em dar continuidade ao tratamento pela falta do serviço ambulatorial o que acarretava grande procura nas salas de urgência em busca de assistência contínua.
“As mães podem ser encaminhadas pelas UPAs, Hospital Alcides Carneiro ou pela pediatra que já assiste a criança para o atendimento especializado. Estamos iniciando um trabalho junto às mães para que elas tenham o entendimento da doença, saibam identificar os sintomas de uma crise que leve a algo mais grave e que precisa de um atendimento de urgência. Outro ganho para as mães é que a maioria dos medicamentos é fornecida de graça pelo programa de asma do município”, avaliou Barillo.
A especialista afirma que ainda será criado um protocolo para tratamento ambulatorial de asma e nele, os pediatras e médicos da Saúde da Família serão capacitados para oferecer o tratamento da doença junto às unidades básicas de saúde e postos de saúde da família.
“Nem tudo que chia é asma, por conta disso o tratamento ambulatorial é tão importante. As crianças de 4 a 12 anos são enquadradas como asmáticas, antes disso, são as bronquiolites que devem ser investigadas por um especialista. Espero promover um treinamento para as equipes para que todos possam oferecer o acompanhamento na rede”, disse.
Retirada de medicamentos do Programa de Asma ocorre no HAC e Centro de Saúde
Todos os usuários do SUS que precisarem de tratamento para asma devem ser cadastrados no programa do município para receber o medicamento. O município fornece 4 tipos que estão padronizados na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME), cujo fornecimento é direcionado na farmácia do Hospital Alcides Carneiro e no Centro de Saúde.
“O médico prescreve a medicação e os pais devem levar uma ficha do paciente junto com a prescrição para realizarmos o cadastro. Após o cadastro ele já pode retirar o medicamento. Há ainda medicamentos específicos fornecidos pelo Estado e outros estão disponíveis pelo programa ‘aqui tem farmácia popular’ na rede conveniada”, explicou a coordenadora do Núcleo de Assistência Farmacêutica, Roseane Borsato Costa.