Em reunião do Comutran na última semana, o Setranspetro, representante das empresas de transporte urbano em Petrópolis, apresentou ao governo e à CPTrans, o cálculo que leva ao aumento do preço da tarifa de ônibus para R$ 4,45. De acordo com o órgão, para se chegar ao novo valor é sempre levado em conta todos os custos do sistema divididos pelo número de passageiros pagantes. Atualmente, a passagem custa R$ 3,90.
Contudo, a correção tarifária máxima admitida pela CPTrans é de metade deste percentual, ou seja, de 7,7%. A composição da tarifa leva em conta reajuste dos rodoviários de 2017, na ordem de 5,4% (lembrando que o salário da categoria incide em 50% do valor da tarifa); insumos como combustíveis e lubrificantes e queda no número de pagantes.
Assim, com a possibilidade de um novo aumento da passagem de ônibus, petropolitanos vão se mobilizar num ato contra a medida no dia 25 de maio, às 17h, com concentração na Praça da Inconfidência. Também foi criada uma petição on-line contra o aumento, que pode ser assinada aqui. Na Praça Dom Pedro e no Terminal Centro, a APE e UJC também recolhem assinaturas contra o aumento até o dia 25 de maio.
Ainda de acordo com o Setranspetro, “em 2017, logo após o último reajuste da tarifa, houve aumento de 7% dos salários dos rodoviários, que impactou em quase R$ 500 mil reais de déficit para o sistema. Já o óleo diesel, segundo a Agência Nacional de Petróleo, entre julho de 2017 e janeiro deste ano, sofreu reajuste médio de 12,44%. Ainda para impactar neste cálculo da tarifa, foi concretizado na última sexta-feira (4) a negociação do acordo coletivo dos rodoviários de 2018, que estabeleceu 2,5% de reajuste nos salários e 10% no benefício da cesta básica. Outros itens da estrutura de custos também tiveram aumento ao longo do último ano.
“O Setranspetro registrou ainda queda de 3,5% no número de passageiros pagantes no ano de 2017, o que faz com que o custo total seja dividido por menos pessoas. Destaca também que existem várias políticas públicas que podem ser adotadas para trazer equilíbrio econômico e financeiro para o sistema de transporte e que envolvem discussões sobre mobilidade urbana, racionalização de operação, fontes de custeio e isenções tributárias.
“O reajuste tarifário é previsto por lei para garantir o equilíbrio econômico e financeiro do Sistema de Transporte Público de Petrópolis e para possibilitar a continuidade dos serviços e os investimentos em tecnologias e equipamentos”, informou o órgão em nota.
As informações tanto do Setranspetro, quanto da CPTrans, foram passadas para o Comutran, que vai dar seu parecer sobre o assunto nas próximas semanas. Ainda não há previsão para que o novo valor seja aplicado.
Em nota, a CPTrans informou que “desde 2017 vem determinando melhorias no sistema como cumprimento de horários, novas linhas e ainda aumento no número de viagens. Houve a criação das linhas Diretas (linhas 780, 100 e 300) e mais de 12 mil viagens a mais do que praticado em 2016. A fiscalização é intensa no cumprimento de horários.”
*Matéria atualizada em 15/5, às 19h40