Saúde

Procedimento realizado pela equipe da UTI neonatal do Alcides Carneiro salva bebês da cegueira

Oos bebês prematuros, nascidos no Hospital Alcides Carneiro, diagnosticados com retinopatia da prematuridade (ROP), doença que pode causar cegueira, estão recebendo tratamento especial que lhes garante a visão. O pequeno Enzo, de seis meses, foi o primeiro bebê a passar pelo tratamento e o caso, agora, já é considerado um sucesso. O procedimento é oferecido desde abril na unidade, numa iniciativa inédita em hospitais da cidade, e mostra os avanços nas áreas neonatal e infantil.

Enzo foi diagnosticado com a ROP logo nos primeiros dias de vida, ainda na UTI Neo Natal do Hospital Alcides Carneiro. O procedimento foi realizado quando ele tinha apenas três meses e a doença já estava em estágio avançado. “A retinopatia é uma patologia da retina e acomete bebês prematuros. O procedimento é realizado com laser e para Enzo foi essencial para preservar a visão”, explicou a oftalmologista Luciana Albuquerque, acrescentando que, quando ocorre o descolamento de retina, são necessárias cirurgias mais invasivas, com maior risco de não haver recuperação da visão.

De acordo com o Ministério da Saúde, 80% dos bebês prematuros que nascem com peso entre 750 gramas e 1 kg vão desenvolver ROP, e 10% destes podem ficar cegos se não receberem o tratamento. É, hoje, a maior causa de cegueira infantil no Brasil e na América Latina.

A retinopatia da prematuridade ocorre porque o olho do bebê prematuro ainda não completou seu desenvolvimento. Nesses casos, os vasos que nutrem a retina (que é a parte do olho que capta a visão) ainda não terminaram o desenvolvimento, o que deveria acontecer na barriga da mãe. Assim, alguns prematuros podem desenvolver vasos frágeis, que sangram, tracionam e podem descolar a retina. “Quanto mais prematuro é o bebê ou menor o seu peso ao nascimento, maiores as chances dele desenvolver a doença”, frisou Luciana.

Entre os meses de março e maio, cinco bebês passaram pelo procedimento com laser no HAC. Os gêmeos Gabriel e Daniel, nascidos prematuramente com menos de 1,5 kg também realizaram a cirurgia. Atualmente com sete meses, eles estão fazendo o acompanhamento no Ambulatório do HAC. “Fizeram o laser com dois meses e meio de vida. Agora, vêm todo mês para a consulta com a médica. Tudo isso é para o bem deles. Estão com os olhos direitinhos”, comemorou Gilda Gomes da Silva, de 37 anos.

“Todo prematuro que nasce antes de completar 32 semanas de gestação ou com peso inferior a 1,5kg deve ser examinado por um oftalmologista especializado em retina, entre quatro e seis semanas de vida. Quanto mais grave o bebê, maiores as chances de desenvolver a doença. A maioria dos casos evolui bem, mas quando não é tratada e evolui mal, o bebê fica cego, em geral perto dos três meses de idade”, alertou a médica.

Botão Voltar ao topo
error: Favor não reproduzir o conteúdo do AeP sem autorização (contato@aconteceempetropolis.com.br).