Crise hídrica. Um dos temas mais comentados do momento não apenas por especialistas mas pela população de modo geral, assustada com a realidade da escassez de água, está na lista de prioridades do Comitê Piabanha – responsável pela gestão dos recursos hídricos na Região Hidrográfica IV (RH-IV) do Estado do Rio de Janeiro. Com a proximidade da estação mais quente do ano, a paisagem seca predomina em diversos municípios do Rio de Janeiro e, também, da Região Serrana do Estado.
Em Petrópolis, de acordo com informações da concessionária Águas do Imperador e da população local, muitos bairros enfrentaram, principalmente em outubro, problemas de abastecimento de água, como Mosela, Bingen, Valparaíso, 24 de Maio, Quitandinha, Alcobacinha, Corrêas e Nogueira.
Diante desse cenário, o Comitê Piabanha, instituído pelo Decreto Estadual Nº 38.235/ 2005, integrante do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SEGRHI) responsável por regiões dos municípios de Areal, Carmo, Paraíba do Sul, Paty do Alferes, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sapucaia, Sumidouro, Teresópolis e Três Rios, encaminhou recentemente um ofício aos órgãos públicos e concessionárias responsáveis pelo abastecimento de água da Região Hidrográfica IV para que possa ter a informação de qual é a real situação de cada município e analisar maneiras de ajudar com relação a falta de água.
De acordo com o presidente do organismo, Paulo de Souza Leite, o intuito é justamente auxiliar a solucionar, ou, ao menos, minimizar, os feitos da falta de água e também da secura dos mananciais. “Uma das principais atribuições do Comitê é dar suporte em diversas questões aos municípios inseridos na nossa área de atuação. E diante de um assunto grave como esse, a falta de água e o período de seca prolongado pelo qual temos passado, decidimos solicitar informações sobre o estado atual de todos os reservatórios para abastecimento público de água, que estejam na área de atuação do Comitê Piabanha” diz.
Paulo ressalta, ainda, que o Comitê Piabanha, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, os Comitês do estado do Rio de Janeiro e da Bacia do Rio Paraíba do Sul vêm alertando para a situação de escassez de água há, pelo menos, dois anos. “Já em 2003, quando aqui na região não sofríamos com a seca, houve um alerta das perspectivas de agravamento desta situação por parte de técnicos, Grupos de Trabalhos dos Comitês e dos órgãos de gestão de recursos hídricos, explica, acrescentando que esta redução da disponibilidade de água é o resultado de um 2014 extremamente seco, agravado por um 2015 que registrou índices ainda menores que no ano anterior, em alguns meses.
A partir de agora, é aguardar algum retorno por parte das entidades contatadas para que se possa desenhar os próximos passos. “Na situação atual, quando estamos em plena crise, resta-nos, apenas, realizar campanhas amplas visando a conscientização da população para o problema e buscar a redução do consumo com urgência”, finalizou Paulo de Souza.