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Cidade

Museu Imperial lança livro sobre D. Pedro II e suas relações com Portugal

Como abertura da programação das comemorações do Bicentenário do nascimento de D. Pedro de Alcântara, D. Pedro II do Brasil, que será celebrado em 2025, o Museu Imperial apresenta o livro “D. Pedro II e Portugal: memória, representações e sociabilidades”.

A publicação, que recebeu o apoio da Embaixada de Portugal em Brasília e do Instituto Camões, foi produzida com base nos documentos relativos às viagens de D. Pedro II, com destaque para os diários das viagens ao território português.

O livro representa um instrumento de pesquisa, pois permite conhecer mais detalhes da relação de D. Pedro II com Portugal, país de seu pai e onde manteve diversas redes de sociabilidade familiares e político-culturais.

Ilustrada principalmente com imagens do acervo do Museu Imperial, a publicação ainda apresenta na íntegra, de forma inédita, o álbum oferecido ao imperador, em 1872, pelo fotógrafo Joaquim Coelho da Rocha, com fotografias que retratam vistas, edifícios e monumentos de Lisboa e arredores, sobretudo os relacionados à história da dinastia de Bragança.

Os diários escritos pelo imperador D. Pedro II, outro conjunto documental preservado no Museu Imperial, deram origem à obra e também são apresentados em trechos relativos às estadas em Portugal. Essas preciosas evidências referentes às viagens de D. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo, foram inscritas no Registro Internacional do Programa Memória do Mundo e reconhecidas pela UNESCO, em 2013, como patrimônio documental da Humanidade.

Alessandra Bettencourt Figueiredo Fraguas, historiadora e pesquisadora da Área de Pesquisa, e Maurício Vicente Ferreira Júnior, diretor do Museu Imperial, são os organizadores do livro. Eles dividem a autoria dos textos com os pesquisadores portugueses Isabel Corrêa da Silva e Jorge Alves, e os brasileiros Danielle Ribeiro de Castro-Mansano, Arno Wehling, Fabiano Cataldo e Frederico Ferreira.

Lilian Schwarcz, historiadora e antropóloga brasileira, autora da quarta capa da publicação, afirma que um personagem como Pedro II nunca cessa de ser (re)descoberto e declara: “D. Pedro II, como bom monarca oitocentista, foi criado e educado para desfazer ou não apresentar publicamente seu lado mais pessoal e sua própria privacidade. Foi também construído politicamente como a ‘anti-imagem’ de seu pai. […] Novas pesquisas documentais têm, porém, recuperado, a partir de vários ângulos, os vínculos afetivos e históricos de Pedro II com Portugal, terra de seu pai. A coletânea […] revisita o tema a partir dos mais variados ângulos. Inquere sobre sociabilidades políticas e culturais que uniam o soberano com a terra de Camões, revisita suas viagens ao país, busca nos diários as passagens que referem estadas dele no local, e, ainda, inclui a análise de um álbum fotográfico de 1872, ofertado ao imperador por Joaquim Coelho da Rocha, que traz edifícios portugueses.”

Um presente para o imperador 

Radicado em Lisboa, o fotógrafo Joaquim Coelho da Rocha, memorizou monumentos e edifícios visitados por D. Pedro II e sua comitiva durante a primeira viagem a Portugal, em Lisboa, desde sua chegada ao Lazareto. Os registros desses locais, feitos pelo fotógrafo, constituíram o álbum ofertado como presente a D. Pedro II.

O compilado de fotografias pouquíssimo conhecido pertenceu, de fato, a D. Pedro II, sendo incorporado ao acervo do Museu Nacional somente após o exílio da família imperial. Em 1922, foi transferido para o Museu Histórico Nacional, para compor o acervo do novo museu, e, com a criação do Museu Imperial, na década de 1940, foi transferido para esta instituição, onde desde então está sob a guarda do Arquivo Histórico.

O livro “D. Pedro II e Portugal: memória, representações e sociabilidades” está disponível para pré-venda na loja do Museu Imperial.

O evento de lançamento será realizado no dia 20 de dezembro de 2023, no Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro. Na ocasião, também será lançada, a marca do Bicentenário do nascimento de D. Pedro de Alcântara, D. Pedro II do Brasil, que acompanhará todas as ações do Museu Imperial até o final de 2025.

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