
O aumento na oferta de produtos e a diminuição de sua vida útil geraram, como consequência, hábitos de consumo cada vez maiores. O destino dado a itens descartados, embora não preocupe grande parte da população consumidora, tornou-se um dos grandes desafios ambientais da vida moderna. Neste novo contexto, surge um novo hábito e um novo mercado: a reciclagem.
Não faz muito tempo que o único destino dado a esses objetos eram os lixões ou aterros sanitários, onde ficavam anos (e até séculos!) em decomposição ou eram incinerados, uma prática altamente poluente. No entanto, a constante evolução tecnológica aliada a interesses econômicos fizeram com que o então lixo passasse a ser considerado um resíduo altamente sujeito ao reaproveitamento, ou seja, gerando novas possibilidades de lucro com a utilização de matérias-primas mais baratas.
Alguns moradores de Petrópolis abraçaram a causa da reciclagem e se preocupam com o meio ambiente. Este é o caso da dona de casa Maria Eliza de Carvalho, residente do Vale do Cuiabá, em Itaipava, terceiro distrito da cidade. “O trabalho que tenho para separar o lixo não se compara à dimensão de benefícios que a reciclagem pode oferecer ao meio ambiente. Além disso, serve para gerar emprego para as pessoas que dependem do lixo para sustentarem suas famílias. Também tem o benefício de evitar que esses lixos possam parar em rios ou mesmo bueiros, o que faz com que diminuam as chances de ter enchentes na cidade”, relata.
No entanto, os inúmeros benefícios ainda não servem de estímulo para que a seleção de resíduos chegue à maioria das residências. “Dá muito trabalho ter que separar o lixo e levar para o latão. Não tenho paciência e nem tempo para ter mais este trabalho”, relata a aposentada Nilza da Rosa.

Os bairros Mosela e Morin contam, desde 1º de junho, com o trabalho de coleta seletiva realizado pela Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (COMDEP). Os moradores são instruídos a separar o lixo reciclável do orgânico, colocando plástico, papel, vidro e metal em um saco transparente, distribuído pela própria Companhia. Pilhas, baterias e óleo vegetal saturado também são recolhidos pela equipe de coleta seletiva. De acordo com a COMDEP, 85% do lixo doméstico pode ser reutilizado.
Centros de inclusão social (cooperativas) previamente cadastrados recebem todo o material coletado, onde é separado e pode se transformar em uma fonte de renda para os trabalhadores destes centros.
E o material coletado não é pouco. Durante o primeiro mês do projeto “Coleta Seletiva Domiciliar Porta a Porta”, foram recolhidas mais de 19 toneladas de lixo reciclável. Dois meses depois, o número já havia saltado para 26 toneladas. Graças ao sucesso do projeto, outros bairros já solicitam receber o serviço, e a COMDEP estuda o atendimento a outros pontos da cidade, mediante a disponibilidade de cooperativas que possam receber os materiais coletados. A expectativa é de diminuir em 30% o volume de lixo despejado no aterro sanitário.
“O programa está sendo um sucesso porque desenvolveu nos moradores da região a conscientização para o tratamento adequado do lixo e os cooperados estão tendo a oportunidade de aumentar a renda e ganho da própria cooperativa. Iniciamos com os bairros Mosela e Morin e nos próximos meses vamos expandir para outras regiões porque está dando muito certo”, declarou o presidente da COMDEP, Anderson Juliano.
A professora aposentada Maria Alice da Silva relata que a separação do lixo a ajudou a perceber que grande parte do que é descartado pode ser reutilizado. Ela é uma das moradoras da Mosela que aderiu recentemente à coleta seletiva. “O trabalho extra de limpar e separar o lixo é mais fácil que se imagina. Dá uma grande satisfação saber que estamos fazendo o mínimo em prol da conservação do meio ambiente, e, ao mesmo tempo, contribuimos para evitar o desperdício e gerar empregos e renda. Protelei separar o lixo por comodismo, mas agora que comecei, não quero mais parar”, afirma a moradora, que já convidou familiares e vizinhos a fazerem o mesmo.
Reciclagem e coleta seletiva: benefícios para toda a população
O lixo doméstico é a principal fonte de materiais recicláveis, e por isso várias cidades já recolhem, em sacos e recipientes específicos, o lixo que pode ser reutilizado. A separação do lixo em seu local de origem evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis, o que faz aumentar o valor agregado dos produtos e diminui os custos de reciclagem. O lixo biodegradável, composto por restos de carne, vegetais e frutas, por exemplo, deve ser separado dos demais produtos e pode ter como destino os aterros sanitários ou entrar em um sistema de valorização de resíduos, pois não é prejudicial ao meio ambiente, uma vez que a natureza consegue reabsorvê-lo por meio de processos naturais de deterioração.
Através da coleta seletiva, parte dos problemas enfrentados nos centros urbanos são prevenidos, já que em locais de grande concentração populacional o acúmulo de resíduos é maior, prejudicando a saúde de seus habitantes. Esta prática também contribui para reintegrar o lixo no ciclo industrial, trazendo vantagens econômicas e ambientais para toda a cidade.
Reciclar contribui para a redução da poluição do solo, da água e do ar, melhora qualidade de vida da população, contribui para manter a cidade limpa, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, gera empregos, entre outras vantagens. Os maiores beneficiados são o meio ambiente e a saúde da população.
é bem objetivo…e nos ajuda a ”limpar” a nossa minúscula cidade e exterminar esses bichinhos nojentos
ola gostaria de saber algum lugar de coleta de materiais reciclaveis proximo a castelanea,pois estou interessada em participar desse projeto,desde ja agradeço.
Tenho vários materiais separados e já pedi a coleta para Comdep. Não estou conseguindo nem entrar na lavanderia do meu apartamento. Por que não atendem no centro da cidade?
Muita gente ainda não sabe, mas existem pelo menos duas formas para a entregar os recicláveis aqui perto do Centro.
Uma é deixar de segunda à sexta na entrada da Mosela. Bem no início da rua, mesmo. A entrada é um pouco apertada e em cima da curva. É necessário cautela.
A outra opção e entregar na Rua Bingen, próximo à entrada da Vila Militar. Mas, esse posto só funciona no último domingo de cada mês das 08:00 às 13:00.
Não conheço nenhum outro posto. Seria interessante que isso fosse mais divulgado, para que estimulasse a adesão e gerasse mais demanda por postos de coleta e coleta domicilar.
Seria interessante a prefeitura passar com um carro de som, ao menos uma vez por semana pelo municipio, orientando as pessoas a separarem o lixo reciclável, e sobre os pontos de coleta. Educação ambiental é educação de valores, e tem que ser um exercício constante e rotineiro.
Infelizmente, as pessoas que jogam lixo nas ruas, e rios deveriam ser multadas.
Para aqueles que insistem em não praticar normas pertinentes ao cidadão, e com isto prejudicar toda uma coletividade incluindo o ambiente natural e urbano, há que se aplicar os rigores da lei.
tentei fazer parte da população preocupada com meio ambiente através do projeto de separação do lixo para reciclar, mas me vejo um tanto que decepcionada com a falta de compromisso da coleta, pois a mais de 20 dias que venho aguardando a retirada dos sacos que me foram fornecidos com a proposta de que passariam toda segunda ou terça feira de cada semana para faze-lo porém já se passaram 3 semanas e até agora não foi providenciado o recolhimento, com a desculpa de que o caminhão de coleta quebrou!! porém em outros bairros da cidade Mosela e Morin a colheta tem sido feita regularmente sem problemas já aqui no Caxambú, mais especificamente rua bartolomeu sudré o mesmo não conseque chegar! Será que vale mesmo apena estar tendo o trabalho de separar o lixo ou devo joga-lo na lixeira juntamente com todo o material que não serve para reciclar?
olá, sou do bairro Valparaíso e pelo o que eu tenho conversado com o pessoal que mora por aqui há uma parte significativa da população interessada em realizar a separação do lixo domiciliar, mas para isso seria necessário o apoio de vocês.