Agenda cultural

Concerto homenageia maestro César Guerra-Peixe no Palácio Quitandinha

Nesta quinta-feira (4), um concerto histórico vai ser realizado no teatro do Sesc Quitandinha, às 19h30. O evento encerra as comemorações do Centenário do maestro César Guerra-Peixe, realizadas ao longo deste ano. Com entrada franca, o concerto tem a parceria da Orquestra Sinfônica Nacional – OSN UFF, em uma espécie de síntese da trajetória musical do maestro. A orquestra, que ele integrou como violinista até o fim de sua vida, virá a Petrópolis executar as obras do autor em sua cidade natal, e homenagear seu ex-integrante, já que Guerra-Peixe foi, até o fim de sua vida, instrumentista da OSN no naipe dos violinos. A regência será do maestro petropolitano Carlos Völker Fecher. Também participarão, a convite da orquestra, o Coral Municipal de Petrópolis e o Coral Nheengarecoporanga, do CDDH.

A OSN-UFF é um dos mais importantes corpos musicais do país. Fundada em 1961, pelo então presidente Juscelino Kubitschek e inicialmente ligada à Rádio MEC, nasceu com o objetivo de difundir a música brasileira erudita. Em 1984, passou a integrar a Universidade Federal Fluminense. Esta apresentação, terá a regência de Carlos Volker-Fecher, filho musical de Ernani Aguiar, que foi um dos maiores discípulos de Guerra-Peixe. Carlos, ou Duda, como é conhecido na cidade, recentemente também regeu a Orquestra Comunitária da Unicamp (de Campinas, SP) em concerto que, no dia 1º de novembro, homenageou quatro compositores eruditos nacionais, dentre eles o próprio Guerra-Peixe.

Os corais que participarão do evento estão sendo preparados pelos maestros Paulo Afonso dos Santos Filho, Raphael Macedo e Carlos Völker-Fecher.

Guerra-Peixe nasceu em Petrópolis, no dia 14 de março de 1914, e aqui iniciou sua trajetória musical, aos 9 anos de idade, ingressando na Escola de Música Santa Cecília, onde rapidamente ganhou as primeiras medalhas pelo desempenho. Em 1928, conseguiu seu primeiro trabalho como violinista em sessões de cinema mudo em Petrópolis e, a partir de 1929, tornou-se professor na própria escola. Três anos depois entrou para o curso de violino do Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro (atual).

Em 1937, após ingressar por concurso na Escola Nacional de Música da UFRJ, obtendo o primeiro lugar, Guerra-Peixe se transferiu para a cidade do Rio de Janeiro. Para sobreviver, passou a trabalhar como músico em orquestras de salão que tocavam em confeitarias e bares, além de integrar um trio alemão que se apresentava na Taberna da Glória.

Já em 1943, ingressou no Conservatório Brasileiro de Música para se aperfeiçoar em contraponto, fuga e composição, tornando-se o primeiro aluno a concluir o curso de composição do Conservatório. Teve uma trajetória brilhante como compositor de música erudita e popular, arranjador e maestro, além de violinista.

Pesquisou profundamente ritmos e tradições brasileiras, especialmente nordestinas, que trouxe para suas composições, produzindo uma música erudita genuinamente brasileira, hoje conhecida em diversos países.

Do mesmo modo, criou arranjos sinfônicos para músicas de autores da MPB como Chico Buarque de Holanda, Luiz Gonzaga e Tom Jobim. Imortalizou Petrópolis em uma de suas obras mais importantes, “Petrópolis de minha Infância”, para orquestra de cordas, e enriqueceu a vida cultural da cidade compondo música especialmente para o Coral Municipal de Petrópolis.

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