Nesta quinta (19), às 19h, o grupo Baquetá se apresenta no Centro Cultural Sesc Quitandinha, com o espetáculo “Bamberê”, que valoriza o saber e a cultura das periferias, do povo preto e dos indígenas. A apresentação é gratuita e com audiodescrição.
Realizado pelo Grupo Baquetá — coletivo paranaense formado por artistas negros e indígenas que, há 16 anos, cria espetáculos inspirados nas tradições afro-indígenas —, o musical reúne teatro, música ao vivo, dança e brincadeiras, que são o ponto de partida para reflexões sobre identidade, pertencimento e respeito à diversidade.
Bamberê é como as avós amazônicas chamam suas canções de ninar. Uma palavra encontrada pelo grupo em um dicionário de línguas africanas. “Todos os trabalhos do Baquetá têm nomes africanos ou indígenas e este não poderia ser diferente. Criamos o espetáculo pensando em crianças de uma região periférica de Curitiba, onde muitos pais trabalham com reciclagem”, explica Kamylla, idealizadora do espetáculo. Sendo assim, grande parte dos bonecos e instrumentos musicais foram feitos com materiais reciclados, conectando o universo infantil ao debate ambiental sobre sustentabilidade. “Queríamos mostrar que é possível transformar materiais do dia a dia em diversão”, ressalta.
No espetáculo, brincadeiras populares, como as vividas por crianças do interior e das periferias urbanas, convivem com ritmos afro-brasileiros urbanos, como coco, funk e rap. Todas as músicas e histórias são autorais, construídas a partir das vivências dos próprios artistas do grupo. “A gente queria falar da roça, então fomos até ela. Queríamos falar da água, então tomamos um banho de cachoeira. As músicas nasceram assim, da experiência direta com o mundo. Eu, por exemplo, moro na Mata Atlântica, em Morretes, e muitos integrantes do grupo têm esse contato diário com a natureza”, conta a idealizadora.
O projeto é realizado através do Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, iniciativa do Sesc RJ, que incentiva a produção artística e cultural em suas diversas manifestações.